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“Parque dos Sonhos de Natal” na Chamusca custa quatro euros
A partir dos quatro anos crianças que não estudam no agrupamento de escolas do concelho têm que pagar para entrar no Parque dos Sonhos de Natal FOTO - CM Chamusca

“Parque dos Sonhos de Natal” na Chamusca custa quatro euros

Iniciativa vai ocupar durante duas semanas o parque municipal da vila e só pode entrar no espaço quem pagar. Oposição ao executivo de maioria socialista critica medida afirmando que o evento deveria estar disponível para todas as famílias e não apenas para aquelas cujos pais têm mais capacidades financeiras.

O município da Chamusca gastou mais de 200 mil euros no evento “Parque dos Sonhos de Natal” que, de 10 a 24 de Dezembro, ocupa todo o espaço do parque municipal com várias actividades, nomeadamente animação de rua, exposição de produtos locais, espectáculos musicais, teatro, pista de gelo e um comboio de Natal.

Estranhamente, e ao contrário do que acontece em quase todos os municípios do país, a autarquia estabeleceu uma tabela de preços que implica que, por exemplo, crianças a partir dos quatro anos, paguem entre 2 e 3 euros para entrarem no recinto e terem acesso aos divertimentos e actividades. Apenas as crianças com menos de três anos têm entrada livre assegurada.

Quem quiser comprar uma pulseira de livre-trânsito tem de pagar 10 euros, se residir no concelho, ou 15 euros, se residir fora do concelho da Chamusca. Como o parque municipal está vedado e com segurança nas entradas ninguém pode circular no recinto sem pagar o valor exigido pela câmara que, no caso dos pais, pode chegar aos 4 euros, e sem apresentar certificado digital de vacinação. O município ofereceu, no entanto, uma pulseira de livre-trânsito aos alunos que frequentam o Agrupamento de Escolas da Chamusca.

Em declarações a O MIRANTE, Gisela Matias, vereadora da CDU, diz não compreender como é que o executivo de maioria socialista, presidido por Paulo Queimado, organiza um evento em tempo de pandemia e obriga as famílias, “que na sua maioria atravessam grandes dificuldades financeiras”, a pagarem para poder ver os seus filhos a divertirem-se e a passarem bons momentos.

A autarca critica ainda a postura do executivo ao afirmar que a iniciativa também visa promover o comércio local esquecendo-se que muitas famílias têm que comprar dois ou três bilhetes ficando com menos poder de compra para investir no comércio tradicional. “Ao longo dos últimos anos o executivo tem usado como bandeira a boa saúde financeira que permite gastar milhares de euros em festas da Ascensão ou espectáculos tauromáquicos, mas num evento que deveria ser para todas as famílias condiciona aquelas que têm menos capacidade financeira”, sublinha.

Dois dias antes da inauguração da iniciativa o município emitiu um comunicado onde sugere que o “Natal é das crianças, é um espaço de fantasia e de magia pensado para toda a família”. Na inauguração do evento o presidente da câmara referiu que um dos objectivos é trazer pessoas de outros concelhos a visitarem a vila, afirmação que justifica a campanha de publicidade que existe sobre o evento em cidades como Santarém, por exemplo.

Contestação faz município limitar comentários nas redes sociais

A opção da Câmara da Chamusca em estabelecer preços de entrada no “Parque dos Sonhos de Natal” originou muita contestação e alguns populares aproveitaram para mostrar o seu desagrado na página de Facebook do município. O fluxo de comentários negativos foi suficiente para a autarquia decidir limitar quem pode comentar as publicações partilhadas no álbum dedicado à iniciativa. Neste momento apenas se conseguem ler alguns comentários e todos eles elogiam o evento e a sua importância para o concelho.

“Parque dos Sonhos de Natal” na Chamusca custa quatro euros

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