Orçamento da Câmara de Tomar cresce para 51,6 milhões de euros
Crescimento do orçamento deve-se ao aumento da despesa com pessoal, energia e empreitadas
A Câmara de Tomar aprovou um orçamento de 51,6 milhões de euros para 2023, com a presidente do município a confessar que fica bastante acima do inicialmente previsto, devido ao aumento da despesa com pessoal, energia e empreitadas. Aprovado com os votos favoráveis da maioria socialista e os votos contra dos três vereadores do PSD, o orçamento da Câmara de Tomar para 2023 tem inscrita uma verba de 14,2 milhões para despesas de pessoal, justificada pelos aumentos resultantes do acordo de concertação social e da aplicação do Sistema de Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), explicou a presidente do munícipio, Anabela Freitas, salientando que o número de trabalhadores “deriva muito da descentralização de competências”, sobretudo na Educação.
Para a autarca, o aumento de um milhão de euros das transferências do Orçamento do Estado, que em 2023 totalizarão 13,8 milhões de euros, não será suficiente para acomodar o aumento desta despesa. Anabela Freitas afirmou que era intenção do executivo apresentar um orçamento entre os 42 e os 43 milhões de euros, na linha dos anos anteriores, mas o crescimento de custos previstos com o pessoal, mas também com a energia, gás, combustíveis e eventual revisão do preço das empreitadas levou ao aumento para 51,6 milhões.
Comparando com o deste ano, o orçamento cresce 3,1%, contabilizando já a incorporação do saldo de gerência, adiantando Anabela Freitas que se espera um acréscimo superior aos quatro milhões de euros já contabilizados. Segundo a autarca, a dívida do município situa-se nos 14,7 milhões de euros (7,5 milhões dos quais de médio e longo prazo).
A oposição social-democrata justificou o voto contra por existir uma visão claramente diferente da estratégia para o concelho em relação ao que é proposto pela maioria socialista, com Lurdes Feromau Fernandes a dizer que o concelho “parece condenado à estagnação e ao retrocesso” e que o documento não deixa “uma esperança para o futuro”. Os vereadores do PSD consideraram ainda que os documentos previsionais para 2023 “não contêm as medidas necessárias” para travar a perda e o envelhecimento da população, comprovados nos dados dos Censos 2021, nem para criar atractividade e investimento no concelho. Reconheceram no entanto, que foram acolhidas algumas propostas do partido, mas que, tal como aconteceu em anos anteriores, nada garante que não são retiradas, minando a confiança do partido no documento.
Anabela Freitas refutou as críticas de ausência de estratégia, dando o exemplo de medidas que têm norteado a acção do executivo, como a aposta no crescimento de oferta habitacional a par da atracção de investimento ou medidas que visam a eficiência energética, a poupança de água, a neutralidade carbónica.