Orçamento de Benavente aprovado com redução do IMI e foco na sustentabilidade
Documento foi viabilizado com o voto favorável do PS e os votos contra da oposição à direita na Câmara de Benavente. Com um valor de 30,4 milhões de euros, o orçamento contempla a redução do IMI e estudos para a mobilidade e construção de parque de lazer na zona ribeirinha de Samora Correia.
O orçamento da Câmara de Benavente, que ascende aos 30,4 milhões de euros, foi aprovado com os votos favoráveis da CDU e PS e os votos contra do PSD e Chega, que acusaram a governação comunista de falta de visão estratégica e da inscrição de rubricas que transitam de ano para ano sem serem concretizadas. O documento segue agora para a assembleia municipal onde será apreciado e votado.
Apesar de haver um crescimento comparativamente com o orçamento aprovado no ano anterior, que foi de 26,5 milhões de euros, o presidente do município, Carlos Coutinho, afirmou que do ponto de vista do equilíbrio financeiro é um orçamento que requer atenção redobrada e que vai depender da introdução do saldo de gerência que vai ocorrer em Fevereiro. Isto porque houve um “crescimento significativo da despesa corrente”, por exemplo, no que respeita à despesa com pessoal que passa em 2023 de 5,9 milhões de euros para 6,4 milhões. Também no que toca aos combustíveis e energia, os encargos da autarquia vão triplicar comparativamente com o valor executado em 2021, subindo para os três milhões de euros.
Relativamente às Grandes Opções do Plano está previsto, entre outros investimentos, um estudo para a mobilidade sustentável, um estudo para a conclusão da ciclovia entre Samora Correia e Benavente, estudo para o controlo dos sistemas de rega públicos, reforço financeiro às duas corporações de bombeiros do concelho, reforço do apoio a famílias carenciadas, conclusão da requalificação do Museu Municipal de Benavente, início da requalificação do centro da aldeia de Santo Estêvão, requalificação da sede do Racho Folclórico Saia Rodada e projecto para a construção de área de lazer na zona ribeirinha de Samora Correia. Quanto aos impostos, a câmara governada pela CDU com o apoio do PS aceitou a proposta do PSD de redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) de 0,32% para 0,3%, o mínimo legal permitido.
O vereador do PS, Joseph Azevedo, que com o seu voto viabilizou o orçamento, admitiu não ser a proposta ideal, mas valorizou a introdução de obras que o partido que representa considera fundamentais, tais como, “o estudo para a mobilidade que irá contribuir para elaboração de um plano de mobilidade sustentável de modo a reduzir os impactos ambientais”.
PSD e Chega contra orçamento que inclui muitas propostas do anterior
O PSD voltou este ano a não acolher o orçamento municipal por considerar que a CDU continua a não ter uma estratégia para o desenvolvimento do concelho, nomeadamente no que respeita ao turismo, mas também pela contínua inscrição de rubricas que nunca se executam como, por exemplo, a do Orçamento Participativo. “Temos visões diferentes e este orçamento é para nós antiquado e contrasta com a nossa visão de desenvolvimento”, afirmou o vereador social-democrata, Luís Feitor.
Também a vereadora do Chega, Milena Castro, criticou as “rubricas abertas que vão transitando de ano para ano sem serem realizadas as intervenções” e afirmou que as opções da CDU não espelham o que o Chega gostaria de ver implementado no concelho. A requalificação das zonas industriais, um estudo para revitalizar o comércio local e ampliação dos edifícios escolares seriam, na opinião do Chega, fundamentais.