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Vai nascer em Ourém Centro de recuperação de feridos da guerra na Ucrânia

Antigo seminário, situado em Aldeia Nova, vai ser requalificado para acolher e recuperar vítimas do conflito na Ucrânia. A iniciativa é da associação Ukrainian Refugees UAPT e conta com apoio de empresas. As obras devem arrancar este mês de Janeiro.

Um centro de recuperação de feridos da guerra na Ucrânia vai abrir num antigo seminário na localidade de Aldeia Nova, concelho de Ourém, disse à agência Lusa fonte da associação Ukrainian Refugees UAPT. Segundo o tesoureiro da Ukrainian Refugees UAPT (conhecida por HELP UA.PT), Ângelo Neto, o contrato de cedência do imóvel a título gratuito e por um período de sete anos foi assinado na semana passada com a proprietária do imóvel.
Este membro da direcção adiantou que o espaço vai ser um centro de acolhimento e recuperação de feridos de guerra da Ucrânia e salientou que há uma grande necessidade de apoio nessa vertente. “Os feridos estão a ser tratados em caves, sem qualquer condição”, afirmou, referindo que se entendeu, “para não sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde português, fazer isso através da iniciativa privada”.
Ângelo Neto adiantou que o antigo seminário vai ser totalmente requalificado. “Os feridos vêm e são primeiro instalados no centro. Fazem todo o tratamento pré-cirúrgico, exames, o que for necessário com apoio da CUF. Vão fazer a cirurgia e depois regressam para esse centro, para fazerem a recuperação. É um centro de recuperação de traumas leves, ou seja, não é um hospital”, precisou.
Assinalando que este centro “será o primeiro da Europa”, o responsável disse que se prevê iniciar as obras na “terceira semana de Janeiro”. As obras, com o apoio da Leroy Merlin, e os equipamentos de fisioterapia estão estimados em cerca de meio milhão de euros. Os trabalhos no edifício deverão estar terminados “no final de Março, início de Abril”, sendo previsível que os primeiros feridos entrem no centro na segunda quinzena de Abril, afirmou o tesoureiro.
O antigo seminário, que ficou conhecido como Casa da Criança da Aldeia Nova, ligado à Obra do Frei Gil, da ordem religiosa de São Domingos (Dominicanos), terá capacidade para acolher “entre 100 a 150” doentes e vai gerar 10 postos de trabalho, declarou Ângelo Neto, explicando que a associação já tem profissionais, como enfermeiros, e que o corpo clínico que vai cuidar daqueles resulta de um protocolo com a CUF a assinar brevemente. Este trabalho está a ser articulado com o Ministério da Saúde da Ucrânia.
Sobre a escolha do antigo seminário, na União de Freguesias de Gondemaria e Olival, o responsável justificou com o facto de o espaço ter sido cedido gratuitamente, o imóvel necessitar de recuperação, estar no centro do país e pela “tranquilidade do local”. “A CUF não consegue atender todos os feridos que precisam de cirurgia num único hospital deles em Lisboa”, notou, esclarecendo que o trabalho vai ser feito com outras unidades no país.
Por outro lado, assinalou que o presidente da Ukrainian Refugees UAPT, Roman Kurtysh, “quer devolver toda a ajuda” a Portugal. “Assim que essa guerra terminar e os feridos forem tratados, aquilo vai ficar durante todos os anos que estiver activo para atender a população local”, apontou, destacando que este vai ser um legado que a associação vai deixar para a região.

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