CHMT fecha ciclo Covid-19 e reabre Unidade de Cuidados Cardíacos
Centro Hospitalar Médio Tejo recolocou toda a actividade em funcionamento nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas voltando ao modelo de resposta no período pré-pandemia. Administrador diz que nunca houve tanta gente operada nem consultada como nos últimos tempos.
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) reabrem na sexta-feira, 17 de Fevereiro, em Abrantes, a Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos (UCIC), assinalando “a fase de recolocação de toda a actividade” pós-pandemia de Covid-19. “É, de facto, um marco relevante porque assinala a fase de recolocação de toda a actividade do pós Covid-19 nos três hospitais do CHMT”, disse à Lusa Casimiro Ramos, administrador do centro hospitalar que agrega os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas.
O gestor lembrou que houve a necessidade de “deslocalizar serviços entre unidades” hospitalares “para ter o Hospital de Abrantes dedicado praticamente à Covid” e que “faltava um único serviço voltar à normalidade”, a Cardiologia. “Tal passava por, em Abrantes, ser reaberta a Unidade de Cuidados Intensivos de nível 2 – Cardíacos, que tinha sido também encerrada em 2019 por força da Covid-19”, salientou.
Nos últimos três anos, recordou ainda, “os doentes mais críticos tinham de ser transportados para uma outra unidade, nomeadamente para o Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, para que pudessem ser tratados na Unidade de Cuidados Intensivos. Os doentes cardíacos com mais de 65 anos representam cerca de 9% das intervenções cirúrgicas [no CHMT], e a nossa população […] necessita de uma resposta com duas vertentes importantes e que passam por uma resposta ao doente crítico em Abrantes, com os cuidados intensivos cardíacos também em Abrantes e com as intervenções programadas em Torres Novas”, acrescentou o responsável.
“Nunca houve tanta gente operada nem consultada”
Ainda de acordo com Casimiro Ramos, nos últimos três meses de 2022 registou-se um aumento “do número de inscritos, de consultas realizadas e de intervenções cirúrgicas”, embora continue a existir “lista de espera”. Mas, insistiu, “nunca houve tanta gente operada, nem tanta gente foi consultada”, sobretudo desde o início da pandemia. “Ou seja, também nesta actividade chegamos aos níveis de 2019 quando, digamos, funcionava tudo em pleno. É disto que se trata”, salientou.
Segundos os dados remetidos à Lusa pelo CHMT em 2022 foram realizadas 363 cirurgias cardíacas (1,3 por dia útil), 6.986 consultas da especialidade (28 por dia útil) e 27 mil exames (MCDT - meios complementares de diagnóstico) da especialidade, dos quais 21 mil eletrocardiogramas. A UCIC agora reactivada dispõe de seis camas e conta com o suporte de uma equipa multidisciplinar, que integra em permanência, 24 horas por dia, médicos cardiologistas, enfermeiros e assistentes operacionais, informou o CHMT.