Constância volta a descarregar esgotos sem tratamento no Tejo
Avaria numa bomba da estação elevatória impede o envio dos esgotos domésticos da vila de Constância para tratamento na ETAR da fábrica do Caima. Solução é despejá-los no rio até o equipamento ser reparado.
A Câmara de Constância voltou a descarregar esgotos sem tratamento no rio Tejo devido à avaria de uma bomba da estação elevatória que transporta os esgotos domésticos da vila para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da fábrica do Caima, na margem sul do Tejo. A situação foi denunciada na passada semana a O MIRANTE por moradores e confirmada pelo presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira. Contactado por O MIRANTE, o autarca disse que o município está a fazer os possíveis para resolver a avaria o mais rapidamente possível e pede a compreensão dos munícipes.
A situação não é estranha à população, já que durante alguns anos, e até há pouco tempo, os esgotos domésticos da vila estiveram a ser largados para o Tejo na margem direita, perto da confluência com o rio Zêzere, numa zona muito procurada por turistas. A tubagem que transporta os esgotos domésticos para a ETAR da fábrica de pasta de papel do Caima partiu-se ao meio em meados da década passada, o que fez com que os efluentes domésticos da vila tenham estado muito tempo a drenar para o rio Tejo. O colector foi entretanto reparado e reactivado no final do ano passado.
Mas não foram só esses esgotos a serem notícia por constituírem um atentado contra o ambiente. A 20 de Junho de 2022 O MIRANTE online publicou um vídeo em que se via um tubo a verter um líquido negro e pestilento no meio do rio Tejo, que na altura se encontrava com escasso caudal deixando essa fonte de poluição à vista. Um péssimo bilhete postal numa terra que tem nos seus rios um dos principais cartazes turísticos e que inaugurou em Julho uma praia fluvial no Zêzere.
Moradores recolheram amostras e mandaram fazer análises laboratoriais que confirmaram que os esgotos, que na altura vertiam desse tubo no meio do Tejo, eram de efluentes industriais não tratados. Pouco tempo depois de O MIRANTE divulgar as imagens as descargas cessaram desconhecendo-se com exactidão a sua origem e quanto tempo duraram.