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Núcleo de Andebol de Samora Correia continua a ser viveiro de talentos
Equipa sénior do NASC não vai ter a vida facilitada nos próximos jogos

Núcleo de Andebol de Samora Correia continua a ser viveiro de talentos

O andebol tem tradição no sul do Ribatejo e em Samora Correia continua a fazer-se um excelente trabalho na formação, que envolve mais de uma centena de jovens. O desempenho da equipa sénior do Núcleo de Andebol de Samora Correia, que está na luta pela subida, é fruto dessa dinâmica.

O Núcleo de Andebol de Samora Correia (NASC) vai sair prejudicado com a reestruturação das competições nacionais de andebol masculino. A redução de equipas nos vários patamares já na edição de 2023/2024 (a 1ª divisão vai ter apenas 12 equipas a competir, por exemplo) torna a vida mais complicada aos clubes de formação para chegar ao patamar mais alto, já que todos os anos vêem sair os melhores talentos para clubes com maior poder financeiro.
Essa é uma realidade com que o Núcleo de Andebol de Samora Correia (NASC) se confronta e que é expressa a O MIRANTE por José Alberto, treinador da equipa sénior masculina do NASC que milita na 3ª divisão nacional. Até agora a equipa sénior ainda não perdeu nenhum jogo. Com um plantel maioritariamente sub-20, a equipa vai disputar a fase mais difícil, e que dá acesso à subida de divisão. “Os clubes denominados grandes, como o Sporting, o Benfica, o Belenenses, sangram a nossa formação. Fazemos um trabalho excelente durante a época e chegamos ao final vazios e a ter de começar tudo de novo, porque vêm buscar jogadores ao NASC”, reforça o presidente do NASC, António Madaleno.
O sul do Ribatejo tem sido um viveiro de talentos da modalidade, como João Santa Bárbara, considerado um dos melhores guarda-redes da história do andebol nacional, ou Salvador Salvador, que nasceu para a modalidade no NASC e actualmente brilha com a camisola do Sporting CP.
O NASC tem 120 atletas inscritos divididos pelos diferentes escalões. E a aposta é na formação de jogadores. O clube continua a captar jovens através das escolas. Durante a pandemia perdeu-se parte do trabalho que tinha sido feito com os mais novos, e ainda se demorou a convencer os pais para que as crianças regressassem aos treinos. O clube faz a sua gestão financeira através do subsídio anual atribuído pela Câmara de Benavente, mais os patrocínios das empresas e as quotas dos sócios.
O NASC tem vindo a sentir algumas dores de crescimento. A treinar no pavilhão em Samora Correia, as equipas de iniciados e juvenis treinam em simultâneo, por dificuldade em conciliar horários entre treinos e jogos. Ainda assim a direcção reconhece que dispõe de um espaço próprio, que muitos clubes não têm.

Antigos jogadores mantêm vínculo ao clube
O trabalho que é desenvolvido diariamente para formar jovens jogadores é o retorno que António Madaleno tem no NASC. Desde 2012 que está ao comando do clube, após ter jogado andebol 13 anos. “Quando assumi o cargo foi porque alguém já se sacrificou para eu ter oportunidade de jogar. Encaro como uma dívida”, diz o presidente da direcção do NASC.
Para se ser bom jogador de andebol é preciso ter uma boa condição física, boa educação e tomar boas decisões. Respeitar o clube, treinadores, ser humilde e trabalhar são outras das qualidades sublinhadas pelo dirigente. O mandato da actual direcção termina em 2024. António Madaleno ainda não sabe se vai continuar como presidente mas garante que se saísse hoje iria feliz com o trabalho feito. Quanto a um possível substituto, é peremptório ao dizer que “o cemitério está cheio de insubstituíveis e um dia que saia alguém há-de fazer melhor trabalho”.
Norberto Cordeiro passou de jogador de andebol a treinador. Começou aos 18 anos quando sofreu uma lesão e ficou mais de um ano sem jogar. Durante anos acumulou as duas funções. Há oito anos que o técnico lidera as equipas de sub-16 e sub-18, que disputam a fase nacional e fase de apuramento, respectivamente. As fases nacionais são as mais decisivas. As equipas do norte do país trazem mais dificuldades ao NASC porque estão habituadas a ter jogos difíceis todos os fins-de-semana e têm mais capacidade física. O técnico defende que o segredo é combater com inteligência e garra, e sem pressão para ganhar. “Treinei os seniores mas gosto mais de estar nos escalões de formação. Dá-me mais gozo moldar os miúdos e vê-los sair daqui jogadores. É um processo demorado”, afirma.

Núcleo de Andebol de Samora Correia continua a ser viveiro de talentos

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