Hospital de Santarém reconhece falta de médicos no Serviço de Medicina Interna
O Sindicato Independente dos Médicos denunciou a falta de médicos internistas e de assistentes hospitalares de Medicina Interna no Hospital Distrital de Santarém. Administração admite esse problema, que é transversal aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
O Hospital de Santarém reconhece a falta de médicos no Serviço de Medicina Interna, situação que afirma ser “transversal aos hospitais do SNS” e que, apesar dos esforços, não conseguiu alterar até ao momento. Em reacção ao comunicado divulgado no dia 4 de Maio pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), segundo o qual 80% dos médicos de Medicina Interna do Hospital Distrital de Santarém (HDS) entregou minutas de escusa de responsabilidade, dadas as “situações muito preocupantes” que se vivem naquele serviço, o conselho de administração do HDS assegura que “sempre zelou pela qualidade dos cuidados prestados e a segurança dos seus utentes e profissionais”.
“O HDS debate-se com carência de recursos médicos no Serviço de Medicina Interna, o que nunca deixámos de referir, realidade transversal aos hospitais do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e que, apesar de todos os esforços deste CA, não foi possível até ao momento alterar”, afirma a administração liderada por Ana Infante.
O HDS salienta, numa nota enviada à comunicação social, que “sempre que existem dificuldades na constituição das equipas de urgência e/ou grande afluência de utentes, é solicitado às entidades competentes (CODU, SNS24, ARSLVT) o encaminhamento de doentes para outros hospitais da rede”, situação “que tem sido amplamente noticiada a nível regional e nacional”.
O Sindicato Independente dos Médicos referiu em comunicado a falta de médicos internistas e de assistentes hospitalares de Medicina Interna, “manifestamente insuficientes em número para permitirem a constituição diária, de acordo com as ‘leges artis’, das equipas de Serviço de Urgência (SU) bem como do necessário acompanhamento dos doentes internados no horário disponível para tal”.
Sublinhando que o serviço de Medicina Interna “não se esgota na Urgência externa e no internamento assegurando também outras valências como sejam a consulta externa, hospital de dia e urgência interna”, o sindicato afirma que as “falhas/faltas nas escalas desta última sobrecarregam ainda mais a equipa” do Serviço de Urgência (SU). “As escalas de SU, já de si frequentemente deficitárias, são ainda agravadas pela necessidade de serem os elementos destas equipas a, muitas vezes, assegurem os transportes inter-hospitalares”, acrescenta.
Por outro lado, afirma que a falta de médicos de outras especialidades nas Urgências, nomeadamente de Ortopedia, sobrecarrega ainda mais a equipa de Medicina Interna. O sindicato acusa, ainda, o conselho de administração do HDS de criar “artifícios” para “se furtar a cumprir a lei e pagar horas extraordinárias”, através de “bancos de horas” que, “por não estarem previstos na Lei, desaparecem da contabilidade hospitalar”.
Uma acusação desmentida pelo HDS que assegura que “sempre pagou as horas extraordinárias realizadas pelos seus profissionais, de acordo com a legislação em vigor”.