João Heitor ameaça com protestos por causa da ponte de Santana
A construção de um viaduto sobre a Linha do Norte em Santana é falada há muitos anos e ganhou nova pertinência com o encerramento da velha ponte sobre a Vala de Azambuja, que se encontra em risco de colapso.
O presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor (PSD), não descarta a possibilidade de se fazerem manifestações populares e cortar a Linha do Norte para reivindicar a construção do viaduto de Santana sobre a ferrovia, que substitua também a velha ponte de Santana, encerrada há três semanas por risco de colapso. O autarca não escondeu a sua preocupação com o assunto, que foi debatido na última sessão da Assembleia Municipal do Cartaxo.
João Heitor afirmou que reuniu com o secretário de Estado das Infraestruturas em Fevereiro, que lhe garantiu que o assunto “é prioritário”. O autarca disse que lhe foi transmitido que vai sair um aviso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para se avançar com uma intervenção na Linha do Norte que contemplaria o viaduto de Santana. “No entanto, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal disse-me, também em reunião, que não há verba para esta obra”, acrescentou o presidente do município.
O autarca não esconde a preocupação e sublinha que mesmo que o concurso para a obra fosse lançado agora, o viaduto só estaria concluído daqui a dois anos, no mínimo. João Heitor enfatiza que a ponte de Santana, que liga as freguesias de Vila Chã de Ourique e Valada, é muito importante para as populações da zona e o seu encerramento causa óbvios transtornos. “Esta é uma passagem de trânsito muito importante para muitos cidadãos e também para os agricultores. Este assunto não pode ser esquecido e temos que pressionar para que o próximo Governo dê prioridade a esta obra”, reforçou.
Recorde-se que a Câmara do Cartaxo decidiu encerrar ao trânsito, a 23 de Fevereiro, a ponte de Santana, situada na EN3-3, sobre a Vala de Azambuja, devido ao risco de colapso de alguns arcos da ponte construída em pedra. A proposta do presidente do município foi aprovada por unanimidade em reunião extraordinária do executivo camarário. Segundo informa o município em comunicado, as conclusões de um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) destacam “o risco de colapso de alguns arcos da ponte e a possibilidade de a passagem de veículos pesados poder provocar o colapso imediato da ponte”.
Na perspectiva de João Heitor, o relatório do LNEC reforça a necessidade de construção de uma nova travessia rodoviária em Santana, sobre a Vala de Azambuja, considerando-a a única solução para garantir segurança, para além dos enormes ganhos económicos para a região. Salienta ainda o facto de o relatório do LNEC afirmar “das soluções possíveis para restaurar a circulação do tráfego, no local da ponte, com as necessárias condições de segurança, a única que é adequada consiste em fazer o cruzamento desnivelado da Linha do Norte e o atravessamento do vale da Vala de Azambuja”.