Aeroporto Internacional de Lisboa: Governo anunciou localização no concelho de Benavente
O novo Governo demorou pouco mais de um mês a anunciar o Campo de Tiro, no concelho de Benavente, como o melhor local para construir o novo aeroporto internacional de Lisboa, que recebe o nome de Luís de Camões. Falta saber quantos aviões ainda vão aterrar e levantar da Portela antes do lançamento da primeira pedra do novo aeroporto que chegou a ser anunciado por Marcelo Caetano ainda no tempo do anterior regime.
O Conselho de Ministros anunciou na terça-feira, 14 de Maio, que o Governo vai assumir obras no aeroporto da Portela e que quanto à escolha do local para o novo aeroporto, que se vai chamar Luís de Camões, segue as recomendações da Comissão Técnica Independente (CTI) que optou pelo Campo de Tiro da Força Aérea localizado, em grande parte, na freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente.
A novidade foi recebida pelo presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), durante um seminário da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) que juntou os autarcas desse território em Sines no início desta semana. O autarca congratulou-se com a decisão anunciada pelo governo e, em declarações a O MIRANTE, felicitou a classe política por ter respeitado o trabalho desenvolvido pela comunidade científica. “Bem sabemos que havia pessoas com preponderância no PSD que defendiam outras soluções para o aeroporto. Entendemos que esta é uma boa imagem que a classe política passa para o país”, afirmou o autarca comunista.
Carlos Coutinho ressalvou no entanto que é necessário deslocalizar as pistas para que fiquem mais afastadas das zonas de Santo Estêvão, Mata do Duque e Zambujeiro, que se encontram mais próximas da zona onde deverá ser construído o aeroporto. A posição já tinha sido defendida no âmbito da consulta pública do relatório ambiental.
“Muitos municípios gostariam de estar nesta posição”
O autarca de Benavente não tem dúvidas de que o aeroporto vai influenciar de forma positiva a região, assumindo que o maior desafio é manter a identidade do território e não embarcar em modelos que têm vindo a ser seguidos por outros municípios da Área Metropolitana de Lisboa. “Sempre estivemos conscientes das implicações positivas e negativas do aeroporto. Muitos municípios gostariam de estar nesta posição. Não vivemos numa redoma de vidro mas a nossa acção pode contribuir para manter as características do nosso território”, reiterou. Recorde-se que a Comissão Técnica Independente publicou no dia 11 de Março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Benavente ou Vendas Novas, mas apontando que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória. A CTI referia Santarém como “aeroporto complementar ao AHD (Aeroporto Humberto Delgado), mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”, mas “teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”.
O anterior primeiro-ministro, António Costa, deixou assinado um compromisso com a ANA de fazer obras na Portela e quanto à escolha do Campo de Tiro a opinião geral é que é uma decisão para mudarmos de assunto e esperarmos no que vai dar a guerra na Ucrânia e como é que o turismo vai continuar a ser para muitos países a galinha dos ovos de oiro. As últimas novidades na Europa chegam de Itália, da Holanda e de Espanha. Em Veneza já se paga para entrar na cidade, em Amesterdão estão proibidas autorizações para novos hotéis e em algumas ilhas espanholas como Tenerife a população está na rua a gritar que não quer mais turistas.
Será desta?
Não é a primeira vez que o Campo de Tiro da Força Aérea é considerado a localização mais bem pontuada para a construção do aeroporto internacional de Lisboa. Em 2008, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) já tinha defendido essa como a melhor solução. Na altura, a comparação era feita com a opção Ota, em Alenquer, o que levou a que esta alternativa caísse.