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Lisboa ainda pode ter uma solução aeroferroviária económica
José Furtado

Lisboa ainda pode ter uma solução aeroferroviária económica

O bypass integra um trecho pela margem sul (de Carregado a Alverca) e outro pela margem norte (de Alverca a Lisboa) através do destruído mouchão da Póvoa, interligados em Alverca por uma curta ponte-móvel em Alverca. Com este bypass híbrido (duas margens), poupa-se dinheiro e melhora-se a vida da população afectada por comboios-rápidos só de passagem.

Ainda se vai a tempo de Lisboa ter uma económica solução aeroferroviária por “nada se perder e tudo se transformar”.
A história o confirma. Soluções não-convencionais que estilhaçam dogmas técnicos-ambientais e abanam crenças estabelecidas, se são simples (e baratas), costumam primeiro gerar incredibilidade ou até reacção negativa do “sistema” instituído.
Mas, se os fundamentos são resistentes e os ganhos substanciais, a inovação (felizmente) acaba por vencer. A ideia-base de potenciar toda a infraestrutura aeroferroviária existente na margem do Tejo que concentra 90% da procura aérea, mediante uma reengenharia funcional (HUB Alverca-Portela) com capacidade até 100 milhões de passageiros e que poupa ao país mais de 12 mil milhões de euros, será mais um caso no historial de ideias combatidas que depois viraram sucesso.
Contudo, para vencer uma continuada guerrilha de desgaste, é preciso ser resiliente. Esclarecer as questões uma a uma, o que nos leva a tentar perceber o que poderá estar por trás das críticas ao reforço do HUB Portela com danosas consequências nas trajectórias das aeronaves sobre Alverca. Comecemos por relembrar o caminho até se chegar às actuais críticas:
A solução dual com o reforço do HUB Portela foi desejada pelos ambientalistas, pedida pela autarquia de Vila Franca de Xira (VFX) e aprovada pelas entidades técnico-ambientais/governo.
No passado ainda recente, a Quercus propôs uma solução dual conjugando o reforço do HUB Portela com a retoma do uso comercial da pista existente no aeroporto-Alverca, na sequência do que a autarquia de VFX pediu ao governo para a sua implementação.
Mais tarde (2019), foram as entidades técnicas ANAC e NAV e as ambientais APA e ICNF que aprovaram a solução dual VINCI que considera o reforço do HUB Portela até 260.700mov/ano, após o que o governo a incluiu no contrato de concessão.
Qual será então o motivo para se passar de um tão largo espectro de concordância sobre o reforço do HUB Portela para as presentes críticas às condições de sobrevoo de um local (Alverca) em que a altura média de passagem das aeronaves até é três vezes a de Lisboa e o volume de movimentos no HUB Portela vai em 230.000 (ainda falta 36.700 até ao limite aprovado)?
Será o receio de agora se perceber que o benefício de o HUB Alverca-Portela, além de reduzir a passagem de aviões em Alverca, também melhora as suas condições?
Desde 2017 que a autarquia de VFX conhece o HUB Alverca-Portela, no qual a plataforma Portela baixa para médio curso (com o que recua soleiras de 1.200m) sem voos nocturnos e com limite de movimentos anual (120.000) e por hora (30-36mov). Assim, menos aviões, sobrevoo mais alto e todas as trajetórias a seguirem em frente em vez dos desvios exigidos pelo elevado ritmo VINCI (48 mov/h).
Será o receio de agora se perceber em toda a sua dimensão o benefício do bypass ferroviário «Carregado ↔ Lisboa» associado ao HUB Alverca-Portela?
O bypass integra um trecho pela margem sul (de Carregado a Alverca) e outro pela margem norte (de Alverca a Lisboa) através do destruído mouchão da Póvoa, interligados em Alverca por uma curta ponte-móvel em Alverca. Com este bypass híbrido (duas margens), poupa-se dinheiro e melhora-se a vida da população afetada por comboios-rápidos só de passagem.
A autarquia VFX ainda está a tempo de ficar do lado certo da história: A projecção Eurocontrol-2050 é de 45-50 milhões de passageiros, o que significa um máximo até 60 milhões para Lisboa no final da concessão (ano 2062). O reforço do HUB Portela é transitório, entretanto recupera-se o salinizado mouchão para nele colocar a nova pista de 4.000m e o bypass ferroviário. Nada se perde e tudo se transforma.

Lisboa ainda pode ter uma solução aeroferroviária económica

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