Trabalhadores da Nobre em Rio Maior cumpriram mais dois dias de greve
Última greve de dois dias dos trabalhadores da Nobre, em Rio Maior, teve uma adesão de 92 %, segundo o sindicato.
Os trabalhadores da empresa Nobre, em Rio Maior, cumpriram mais dois dias greve, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) com uma adesão de 92%. “Temos uma adesão a rondar os 92%”, disse à Lusa o dirigente do SINTAB, Diogo Lopes, considerando que a paralisação dos trabalhadores da empresa foi “superior em 10% em relação às últimas greves”.
A greve, convocada pelo SINTAB, é a 16.ª realizada desde Fevereiro de 2023 por falta de reposta ao caderno reivindicativo em que os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho nocturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações. Depois de, nos últimos meses, terem feito uma paralisação mensal de um dia, os trabalhadores intensificaram a luta com a marcação de dois dias de greve, que se traduz numa paragem de seis dias, já que a mesma foi antecedida pelo feriado de 1 de Novembro e pelo fim-de-semana e será precedida pelo feriado municipal de Rio Maior.
O objectivo, segundo Diogo Lopes, é “tentar criar um impacto diferente na empresa”, à semelhança do que aconteceu em Novembro de 2023, altura em que foi também efectuada uma paragem de dois dias junto ao feriado municipal. “Soubemos que a empresa teve de cancelar a vinda de alguns produtos visto não ter trabalhadores”, lembrou o dirigente sindical, esperando que a adesão de 92% se mantenha durante o último dia, provocando impactos que “venham trazer uma melhoria nas relações e que a empresa acabe, por fim, por reunir com os trabalhadores”. De acordo com o sindicato, o diálogo com a empresa está suspenso “desde as últimas cinco greves”, com a ausência de respostas por parte da administração às moções “entregues após aprovação em cada greve”. Na semana passada “foi feito um novo pedido de reunião, mas continua a não haver qualquer resposta”, disse o dirigente sindical, acrescentando que “os trabalhadores aprovaram uma nova greve para o dia 6 de Dezembro”. Contactada pela Lusa, a Nobre não respondeu às questões. Nas duas últimas paralisações, numa reposta enviada por ‘email’, afirmou estar “sempre atenta” às necessidades dos colaboradores e da empresa, acrescentando que realiza “reuniões frequentes com os sindicatos para discuti-las, de forma positiva e transparente”. Na resposta, a empresa reiterava “o compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares” com o objectivo de ver “o caminho a seguir”, apesar de, segundo o sindicato, desde Julho, não terem obtido respostas às reivindicações.