Tarifas de cem por cento para terços e pagelas de Nossa Senhora de Fátima e um acordo de exploração de terras raras da Serra d’Aire
Sublevado Serafim das Neves
Sublevado Serafim das Neves
Estou espantado com a quantidade de pessoas que já têm emprego na União Europeia. São quase duzentos milhões, com idades entre os vinte e os sessenta e quatro anos. Uma percentagem, nunca antes alcançada, de 75,8 por cento.
Não é por acaso que os políticos já deixaram de prometer a criação de mais postos de trabalho. De mais empregos ainda vão falando. Sobre trabalho, criaram a via verde para os patrões irem buscar nepaleses e indianos e não se fala mais isso.
Quando chega a hora de ir votar passo muito tempo a decidir, porque as promessas são quase todas iguais e os candidatos, embora diferentes, não querem melindrar ninguém e só dizem o que os seus eleitores querem ouvir. Seja sobre a expulsão dos judeus…perdão, dos imigrantes, sobre a extorsão aos mais ricos, ou sobre a subida dos ordenados e a descida dos impostos.
Com as eleições legislativas a um mês de distância e olhando para as listas de candidatos a deputados pelo nosso círculo eleitoral de Santarém, até me falta o ar de tanto rir.
É verdade que um deputado não tem voz nem vontade própria, sendo-lhe apenas pedido que não faça ondas e que vote no que o chefe manda. E isso os candidatos são todos capazes de fazer. Mas em que tom irão balir, digamos assim, as maviosas cantiguetas? Mé sustenido? Mé bemol?!!
O Bispo de Leiria Fátima, José Ornelas, que também é presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, acusou o presidente norte-americano, de estar a acabar com a ordem mundial e comparou-o a Hitler, dizendo que o lema “América First” (América Primeiro) é igual ao “Deutschland über alles” (Alemanha acima de tudo) dos nazis.
Será de esperar que Trump imponha tarifas de 100 por cento aos terços e pagelas de Nossa Senhora de Fátima? Ou que exija um acordo de exploração das terra raras da Serra d’Aire, igual ao da Ucrânia?
Como estamos entre a Páscoa e o 25 de Abril, lembrei-me de uma “pequena” historieta dos tempos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, contada pelo ex-presidente da câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho, que serve como contraponto à vociferação actual de alguns grotescos, digamos assim.
Na altura, fez agora 51 anos, a Misericórdia da Chamusca foi ocupada mas os revolucionários não queriam que se repetisse o episódio da proibição da procissão dos fogaréus, na Sexta-feira Santa, aquando da implantação da República, que deu origem a confrontos em que morreu um popular.
Como os elementos da Mesa da Misericórdia que habitualmente transportam os símbolos religiosos estavam afastados, tiveram que ser elementos do Partido Comunista, a alinhar e a vestir as opas negras. Há uma fotografia desse raro acontecimento que comprova tal facto. Infelizmente, como não tem som, ficam dúvidas sobre se os mesmos rezaram durante o percurso, ou se cantaram qualquer coisa como: “Avante Jesus Cristo, Avante!!”.
Saudações das raras
Manuel Serra d’Aire