Polémica da mesquita causa baixa na bancada do PS na Assembleia Municipal de Benavente
António Rabaça desvinculou-se do grupo socialista na Assembleia Municipal de Benavente por discordar da posição da concelhia do PS contra a construção de uma mesquita em Samora Correia.
O eleito António Rabaça anunciou a sua saída da bancada socialista na Assembleia Municipal de Benavente, por não se rever na mudança de posição assumida pela concelhia do PS relativamente à eventual construção de uma mesquita em Samora Correia. Para António Rabaça, a mesquita “é um não assunto”, uma vez que a construção de espaços de culto está consagrada como um direito na Constituição da República. O agora eleito independente afirma que, na última sessão da Assembleia Municipal de Benavente, manifestou-se contra a localização proposta para a mesquita por questões de segurança, nomeadamente devido à actividade operacional dos Bombeiros de Samora Correia, e não contra o culto em si, que, no seu entender, poderia ser instalado noutro local com melhores condições de segurança. “Alguns partidos, incluindo o meu, começaram a fazer demagogia e a enganar as pessoas. Ninguém pode travar a construção de uma mesquita por ser uma mesquita”, reiterou.
O eleito sublinha que não podia continuar a defender uma posição com a qual discorda. “Fui apanhado de surpresa com a presença do PS na manifestação contra a mesquita. Os valores do PS e a legislação do país não devem ser traídos. Qualquer eleito deve, em primeiro lugar, cumprir a lei”, diz. A O MIRANTE, António Rabaça afirmou ainda que ficou “entristecido” com o rumo que o partido tomou a nível local. “O presidente da concelhia (Pedro Gameiro) afirmou que não devia haver mesquita ali nem em lado nenhum. Perante o extremar da situação, entendi que não podia continuar no grupo municipal por não partilhar dessa opinião”, concluiu.