
Padre da Póvoa de Santa Iria morre na Suíça durante actividade escutista
Pároco Adelino Ferreira morreu subitamente aos 43 anos vítima de paragem cardíaca. Morte deixa consternada a comunidade católica da Póvoa de Santa Iria.
O padre Adelino Ferreira, que estava há seis anos na Paróquia da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, morreu no dia 8 de Julho, aos 43 anos, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória. O pároco encontrava-se em Kandersteg, na Suíça, onde participava numa actividade escutista. A paróquia da Póvoa de Santa Iria anunciou a morte do padre e levou a efeito uma missa de sufrágio na Igreja de Nossa Senhora da Paz, numa altura em que ainda se tratava da trasladação do corpo de Adelino Ferreira para Portugal.
A morte do pároco causou consternação na comunidade católica da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa, onde era membro da comunidade dehoniana da Casa de Santa Maria, desempenhando funções de superior e ecónomo. O executivo da Câmara de Vila Franca de Xira cumpriu um minuto de silêncio por Adelino Ferreira na última sessão camarária e o Corpo Nacional de Escutas (CNE) decretou sete dias de luto pela morte do dirigente reverendo.
Natural de Paços de Ferreira, antes da ordenação, passou três anos a colaborar nas paróquias da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa. Foi ordenado padre em Aveiro e, no primeiro ano de sacerdócio, trabalhou num seminário em Rio Tinto, onde visitava escolas para leccionar Religião e Moral.
Numa entrevista a O MIRANTE, realizada no início deste ano, contou que na sua primeira missa fora do seminário estava nervoso. A igreja da sua terra estava cheia, com pessoas que o conheciam desde criança. Levou a homilia toda escrita e não se lembra de ter tirado os olhos do papel e nem de ter olhado para as pessoas. Assim foi durante um ano, em que se socorria da escrita.
Nessa conversa foi abordado o tema do celibato na Igreja, com Adelino Ferreira a dizer que nem era a favor nem contra o casamento de padres. Mas não acreditava que a mudança fosse resolver a problemática dos casos de abusos sexuais. O padre lamentou os casos que aconteceram, vincando a necessidade de apoiar as vítimas. “O meu trabalho é ser padre e é para isso que sou remunerado mas não encaro como um trabalho, mas sim como uma vocação”, disse.
