Concurso deserto e pareceres em falta atrasam requalificação das pontes de Coruche
O presidente da Câmara de Coruche, Nuno Azevedo, alerta para os atrasos nas empreitadas das pontes da Escusa e do Rebolo. Travessias permanecem intransitáveis à espera de intervenção.
A empreitada para a requalificação da Ponte do Rebolo, orçada em 90 mil euros, foi a concurso público, mas terminou sem qualquer empresa interessada em executar os trabalhos, revelou o presidente da Câmara de Coruche, Nuno Azevedo (PS). Apesar do impasse, o autarca explica que o município vai recorrer ao mecanismo de ajuste directo, mantendo o mesmo valor base definido pelo projectista, que considerou o montante “razoável e adequado” para a intervenção.
O financiamento garantido para esta obra é de 65 mil euros, enquadrado no compromisso assumido pelo Ministério do Ambiente e pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito da requalificação do rio Sorraia através do Fundo Ambiental. A ponte, que liga a Fajarda ao Biscainho, é essencialmente utilizada por agricultores e permanece encerrada ao trânsito.
Situação mais complexa enfrenta a Ponte da Escusa, encerrada desde o final de 2022, cuja degradação estrutural impede a passagem de qualquer tipo de veículo. O autarca de Coruche afirma ter reunido a 18 de Novembro com o projectista responsável, procurando perceber a evolução dos estudos e avaliar a hipótese de uma solução provisória que permitisse o trânsito de veículos ligeiros ou de socorro. A resposta, diz Nuno Azevedo, “foi um rotundo não”.
O relatório técnico aponta para “fracturas totais” na estacaria que suporta a ponte, não havendo entidade que assuma a responsabilidade pela utilização da estrutura no estado actual. “Ninguém assume a responsabilidade da situação em que se encontra aquela ponte”, sublinhou o autarca, indicando que a única alternativa já instalada é precária e vulnerável às cheias do Sorraia.
A solução definitiva passa pela demolição integral da ponte e construção de uma nova travessia, num investimento estimado em 2,5 milhões de euros. No entanto, o processo depende ainda de vários pareceres de entidades externas. “Do ponto de vista administrativo é um processo exigente”, afirmou Nuno Azevedo, garantindo ter dado instruções aos serviços municipais para acelerar todos os procedimentos.
Apesar dos compromissos assumidos pelo Ministério do Ambiente e pela APA para o financiamento das obras da Escusa e do Rebolo, nenhuma intervenção avançou até ao momento. O município aguarda agora luz verde para lançar a empreitada da nova ponte da Escusa, que deverá ter um prazo de execução aproximado de um ano após adjudicação.

