No dia que marcava a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) na restauração, de 23 para 13 por cento, o primeiro-ministro foi a Almeirim almoçar sopa de pedra e marcar a data que considerou importante para a economia nacional. António Costa foi recebido pelo presidente da câmara, Pedro Ribeiro, que o fez andar perto de 200 metros a pé desde a praça de toiros até ao restaurante “O Toucinho”, o pioneiro do prato típico de Almeirim, debaixo do escaldante sol das 13h30 do dia 1 de Julho. Um custo que se pagou com os cumprimentos dos donos dos restaurantes, populares que passavam na zona e clientes que esperavam mesa à porta dos restaurantes da zona.
Este era um momento importante para o autarca socialista de uma terra onde a restauração representa uma fatia importante da economia local e regional, atendendo aos milhares de visitantes, de todo o país, que passam pela cidade para almoçarem ou jantarem. A maior sala do restaurante encheu-se de comensais de vários organismos do Estado. Uma grande comitiva que primeiro ouviu os discursos à mesa e que depois da refeição de palavras reconfortaram o estômago com a consistente sopa de pedra.
O primeiro-ministro referiu que o dia 1 de Julho marca um momento “muito especial”, porque marca a entrada em vigor de compromissos que o Governo assumiu com os cidadãos. “Estamos a contribuir para retribuir a confiança”, sublinhou no discurso. Costa referiu que o aumento do IVA no sector, pelo anterior Governo, foi uma “medida errada do ponto de vista económico” e que somada a outras condicionantes levaram “à destruição de quatro mil empresas, uma redução de 750 milhões de euros do volume de negócios e uma perda de 20 mil postos de trabalho”.
António Costa lançou o apelo “para que todos façamos um esforço para que tenhamos uma redução do emprego de longa duração” já nos próximos meses. “A restauração é um grande pilar do nosso turismo”, sublinhou. O primeiro-ministro e o presidente da câmara convergem na questão do empego, com Pedro Ribeiro a dizer que a redução do IVA vai contribuir para mais emprego e para uma melhor economia. O autarca que em outras lutas políticas internas do PS esteve noutro lado da barricada, próximo do ex-líder do partido, António José Seguro, elogiou António Costa por tomar esta medida. “Palavra dada, palavra honrada”, sublinhou o autarca.
António Costa, que teve a companhia ao almoço dos ministros da Economia e do Trabalho e dos secretários de Estado do Comércio e do Turismo, destacou que a restauração “é um dos grandes patrimónios culturais” que ajuda a promover o país lá fora e a atrair turistas. Pedro Ribeiro estava visivelmente satisfeito, bem sabendo que mais que o simbolismo do momento, a presença do primeiro-ministro representava uma boa promoção da capital da sopa de pedra, quanto mais não fosse pelos minutos de reportagem nos telejornais de todos os canais de televisão.