Incineradora de resíduos hospitalares e industriais já funciona no Relvão
Centro de tratamento foi inaugurado esta terça-feira pelo ministro da Saúde no eco-parque do concelho da Chamusca
Depois de muitas burocracias e bastantes atrasos devido a questões relacionadas com o licenciamento já entrou em funcionamento o Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais (CIVTRHI), no Eco-Parque do Relvão, na freguesia da Carregueira, concelho da Chamusca.
A nova unidade de tratamento de resíduos foi inaugurada na manhã de terça-feira, 12 de Julho pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes que não foi para falar sobre incineração, apenas referiu que o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), com esta iniciativa “dá um passo muito importante no sentido de tornar o sistema de saúde mais seguro, mais eficiente e ambientalmente mais adequado”, disse.
O presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado, também presente na inauguração, afirmou a disponibilidade do município da Chamusca em facilitar e ajudar à instalação de empresas no Eco Parque do Relvão e lembrou ainda a necessidade de melhorar os acessos na região.
Já o presidente do Conselho de Administração do SUCH, Paulo César, recordou o empenho do ex-presidente da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho, na construção deste centro de tratamento, classificando-o como “um acérrimo defensor da Chamusca e um grande facilitador destes projectos”. Afirmou ainda que “a última década foi um calvário de dificuldades, em especial burocráticos essencialmente levantados por quem era suposto facilitar e até promover esses centros”.
O centro é constituído por dois equipamentos inovadores no país, representando um investimento de cerca de 9,5 milhões de euros nesta primeira fase. A unidade de incineração destinada ao tratamento de resíduos hospitalares perigosos do grupo IV (resíduos de risco químico, tais como comprimidos e outros medicamentos), e outros de incineração obrigatória, possui uma capacidade de 6,5 mil toneladas/ano.
A unidade de tratamento de resíduos hospitalares do Grupo III (resíduos de risco biológico, tais como próteses, pensos ou ligaduras com sangue, gessos e até sacos com urina), por desinfecção, utiliza a tecnologia de autoclavagem - um tratamento térmico que consiste em manter o material contaminado a uma temperatura elevada, através do contacto com vapor de água, durante um período de tempo suficiente para destruir todos os agentes patogénicos. A unidade de autoclavagem tem capacidade para processar cerca de 4,8 toneladas /dia.
Os problemas até à construção final
Em Junho de 2010 o projecto viu ser aprovada uma candidatura ao QREN com atribuição de financiamento da União Europeia no valor de 4,8 milhões de euros. Um incentivo que acabou por ser anulado pelo AICEP em Julho de 2012, por falta de despacho da licença de construção pelas entidades licenciadoras.
Em 2013, já ultrapassadas essas questões, o projecto foi de novo submetido a uma candidatura QREN que foi finalmente aprovada. A 15 de Março de 2016 foi finalmente emitida pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente) a licença de exploração.