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Gaviãozinho tem um Centro de Interpretação da Paisagem
Alunos belgas estiveram durantee quatro dias no Casal do Gavião do Meio

Gaviãozinho tem um Centro de Interpretação da Paisagem

Alunos belgas do mestrado de Geografia estiveram durante quatro dias a viver no Casal do Gavião do Meio e andaram a explorar e descobrir os terrenos do concelho da Chamusca. Graça Saraiva criou na sua propriedade um Observatório da Paisagem

Graça Saraiva, proprietária do Casal do Gavião do Meio, uma propriedade situada na localidade de Gaviãozinho, concelho da Chamusca, com cerca de 550 hectares, criou recentemente um Centro de Interpretação de Paisagem/Observatório da Charneca. O projecto tem candidatura ao Plano de Desenvolvimento Regional, embora esteja atrasado devido a burocracias. Apesar dos atrasos o projecto tem avançado com várias iniciativas de dinamização do Observatório.
Na semana passada um grupo de mais de duas dezenas de estudantes do mestrado de Geografia da Universidade de Gent, na Bélgica, esteve instalado no Casal do Gavião do Meio. Os jovens estudantes estiveram quatro dias no concelho da Chamusca, cumprindo um programa de actividades que valorizaram o conhecimento dos valores locais ligados às tradições, à história e aos usos e costumes.
A professora belga Veerle van Eetvelde, que acompanha os seus alunos no Gaviãozinho desde há quatro anos, explicou a
O MIRANTE que é uma vantagem os alunos virem para Portugal conhecer realidades diferentes. “Aqui têm a possibilidade de saírem da sua zona de conforto e conhecerem outras realidades. Ao observarem paisagens completamente diferentes daquelas a que estão habituados, adquirem conhecimento e proporciona-lhes vivências que os ajudam como futuros geógrafos”, salientou.
A iniciativa realizou-se em colaboração com o Instituto Superior Técnico de Lisboa. Graça Saraiva explicou a O MIRANTE que o interior do país precisa de investimento e que este tipo de trabalho é para continuar seja com parcerias a nível internacional seja com entidades portuguesas. A propriedade do Casal do Gavião é baseada no sobro (cerca de 300 hectares) e na criação de ovinos. Estão ainda associadas actividades agrícolas de sequeiro e regadio.
O programa da visita de estudo dos alunos belgas do departamento de geografia da Universidade de Gent incluiu o acompanhamento de palestras orientadas por Alice Lázaro, Rui Igreja, Carlos Amaral Netto, Nuno Cortez e Conceição Colaço, entre outros.

Graça Saraiva

O que é o Centro de Interpretação da Paisagem

A paisagem tem vindo a ser crescentemente reconhecida pelas populações, e pelas instituições responsáveis pela sua gestão, enquanto recurso natural e cultural, factor de identidade e de pertença pelas comunidades, de conhecimento empírico e cientifico, representando um valor patrimonial que reflecte a interacção entre a sociedade e a natureza ao longo do tempo. Tal reconhecimento tem-se verificado a nível internacional, nacional, regional e local, incorporando preocupações no sentido de alcançar objectivos de equilíbrio ambiental, desenvolvimento económico, coesão social e valorização estética, no seu planeamento e gestão.
A Convenção Europeia da Paisagem (CEP), estabelecida em Florença em 2000 pelo Conselho da Europa e ratificada por Portugal em 2005, designa ‘paisagem’ como uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo carácter resulta da acção e da interacção de factores naturais e humanos, e estabelece como objectivos a promoção da sua protecção, ordenamento e gestão.
O Conselho da Europa recomenda a criação de redes, centros ou fóruns tendo em vista a recolha, troca e dinamização de informação relativa à paisagem, promovendo assim o conhecimento e participação das comunidades envolvidas, o que pode ser concretizado a nível nacional, regional ou local. Surge assim o conceito de centro de interpretação da paisagem, ou observatório da paisagem, que tem vindo a ser desenvolvido em vários países, com experiências reconhecidas na evolução de uma relação mais harmónica entre as comunidades e as paisagens criadas e vividas.
Com este projecto pretende-se instalar um centro de interpretação da paisagem/observatório, tendo como foco a observação e estudo de uma paisagem com problemas e potencialidades específicas, a Charneca Ribatejana, onde a exploração agro-­silvo-pastoril assume primordial relevância.

Gaviãozinho tem um Centro de Interpretação da Paisagem

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