uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Romaria a Nossa Senhora de Alcamé evoca padroeira dos campinos e varinos
Romaria a Nossa Senhora de Alcamé remonta a 1859

Romaria a Nossa Senhora de Alcamé evoca padroeira dos campinos e varinos

Origem da festa tradicional na lezíria de Vila Franca de Xira remonta a 1859

Trajados a rigor, os campinos e cavaleiros seguem a passo, por entre os campos da lezíria de Vila Franca de Xira, rumo à Ermida de Nossa Senhora de Alcamé. Os campinos conduzem o gado para a bênção que ditará a protecção dos animais e as boas colheitas. Há uma breve paragem a meio do percurso para matar a sede que aperta num dia de calor como o que se faz sentir. Chega um carro que oferece bebidas frescas aos cavaleiros. O gado fica parado, atento e expectante, por entre os pampilhos dos campinos. Mas há que continuar para completar a peregrinação. E a procissão avança.
Junto à ermida já se encontram os varinos (famílias de pescadores que se foram fixando, ao longo dos anos, no estuário do Tejo) que também participavam na Romaria a Nossa Senhora de Alcamé. Esta tradição remonta a 1859, quando se realizou a primeira romaria organizada pelos lavradores da lezíria de Vila Franca de Xira.
O edifício que acolhe a eucaristia e recebe a romaria foi mandado construir por D. Tomás de Almeida, 1º Patriarca de Lisboa. Assinala a lenda do milagre que teria ocorrido no local, designado pelos árabes de Al-Khameh (lugar de abundância de grão).
A lenda conta a história de um campino que foi salvo da mordedura de uma serpente por Nossa Senhora da Conceição. A santa teria fechado a boca da serpente com uma maçã para impedir que o campino fosse mordido. Por esta razão, Nossa Senhora de Alcamé é considerada a padroeira dos campinos, e também dos varinos que se lhes foram juntando.
A romaria, que esteve suspensa entre 1974 e 2000, foi recuperada pelo Rancho de Varinos de Vila Franca de Xira e, este sábado, cumpriu a tradição com as alterações que a evolução dos tempos exige sem que tenha sido perdida a bênção do gado, a adoração à imagem da padroeira, a eucaristia ou o desfile dos campinos.
Hoje, o convívio e a junção de novos intervenientes à festa, como as tertúlias tauromáquicas ou as danças de sevilhanas, enriquecem a romaria para se mantenha na memória do povo e não se esvaneça pela passagem do tempo.

Romaria a Nossa Senhora de Alcamé evoca padroeira dos campinos e varinos

Mais Notícias

    A carregar...