Sociedade | 12-09-2017 08:49

Avieiros da Póvoa continuam a viver do que o Tejo lhes dá

Avieiros da Póvoa continuam a viver do que o Tejo lhes dá

António José da Silva e a mulher, Paula, são um casal de avieiros “à antiga” que ainda subsistem da pesca.

“Dantes o Tejo era nosso, dos avieiros, dos que vivemos exclusivamente dele. Eu e a minha mulher, só os dois na embarcação, podíamos pescar onde quiséssemos. Agora de, digamos, 100 quilómetros quadrados, tenho menos de um à minha disposição. E de quem é a culpa? Da ameijoa”. É assim que António José da Silva, 55 anos, avieiro da Póvoa de Santa Iria, alerta para o problema da apanha de ameijoa com ganchorra que tem estado a pôr em risco o único trabalho que ele e a mulher, Paula, 54 anos, tiveram a vida inteira: a pesca.


“Este fenómeno da apanha da ameijoa com ganchorra começou de há poucos anos para cá mas interferiu com todos os métodos ancestrais de apanha de peixe que tínhamos no Tejo”, explica. A técnica preferida de António é o anzol, mas também apanhava com rede. “Mas neste momento agarrar numa rede está praticamente interdito e com anzol ainda é mais difícil”. António explica que devido ao tempo que a apanha com anzol leva, quando chega a hora de ir ver se apanhou alguma coisa, já a cana e o anzol foram levados pela ganchorra. “Não é que eles queiram fazer mal de propósito, mas largam a ganchorra e aquilo leva tudo à frente!”.


Segundo se lê no site da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a ganchorra é uma “arte de arrasto de pequena e média dimensão em que a boca é composta por estrutura rígida e o saco é de rede ou constituído por grelha metálica”. E acrescenta: “Esta arte de pesca rebocada, a pé ou por embarcações, actua sobre o fundo e visa a captura de moluscos bivalves”.

Reportagem completa na edição semanal de O MIRANTE AQUI

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