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CICLISMO: José Pais apresentou livro “História do Ciclismo em Alpiarça”

O pavilhão da sede do Clube Desportivo “Águias de Alpiarça” foi o local escolhido para a apresentação do livro “História do Ciclismo em Alpiarça”, da autoria de José João Pais, integrado da Feira do Livro da vila ribatejana e na comemoração dos 80 anos da colectividade alpiarcense.

Uma cerimónia marcada pela presença de algumas “estrelas” do passado alpiarcense como José Manuel Marques, Lima Fernandes, Agostinho Correia ou Amílcar Mateus, além do ex-campeão Alves Barbosa, entre outros que também foram recordados pelos seus êxitos. Além do livro, os antigos ciclistas tiveram oportunidade de recordar em vídeo imagens de há dezenas de anos, que motivaram inúmeros comentários e risadas ao longo de mais de uma hora.Radicado há 27 anos em Alpiarça, José João Pais, um interessado no desporto, foi-se apercebendo da importância do ciclismo na vila enquanto trabalhava na Câmara Municipal, onde foi vereador. “Pensava que o ciclismo era só a história dos campeões Lima Fernandes, António Pisco e José Manuel Marques, mas verifiquei que a história do ciclismo em Alpiarça era muito mais antiga”, disse o autor. De facto, remonta à última década de 1800, com João Maria da Costa, um alpiarcense que foi dos primeiros introdutores da bicicleta em Portugal.Em 720 páginas de história do ciclismo em Alpiarça que demoraram um ano a compilar, podem encontrar-se, de acordo com o autor, um rol de situações das décadas de 10 a 30, passando pelas equipas que fizeram história. Factos que levam José Pais a considerar Alpiarça uma das capitais do ciclismo em Portugal, fruto dos seus êxitos desportivos mas também de uma afamada escola de formação ou pela existência de seis núcleos de cicloturismo.O autor ressalva que o ciclismo foi, em determinada altura, um modo de promoção das pessoas, numa época de grande pobreza em que os homens das bicicletas projectaram ideais de sucesso.Velhas glóriasde novo juntasEntre os participantes da festa estiveram Lima Fernandes, José Manuel Marques e Amílcar Mateus, que integraram a equipa dos Águias nos anos 50 e 60. Questionados por O MIRANTE, os três foram unânimes em considerar que o livro vem repor uma lacuna na informação acerca do ciclismo de Alpiarça.José Manuel Marques, várias vezes campeão nacional de estrada e pista, considerou que a sua geração marcou o ciclismo na vila, tendo dado o nome ao Águias e todo o reconhecimento que hoje lhe é devido.Confrontados com as inevitáveis comparações que se fazem entre o ciclismo da sua época e o actual, Lima Fernandes, vencedor de seis etapas e sétimo da geral na Volta a Portugal de 1962, época na qual foi ainda campeão nacional de estrada, considerou que antigamente as coisas eram bem mais difíceis. “Hoje os ciclistas são bem mais apaparicados antes e depois das corridas no que respeita a massagens, alimentação, etc.” afirmou, acrescentando de seguida ter sido também uma equipa familiar, em que todos se conheciam.Amílcar Fernandes, campeão regional, vencedor dos campeonatos nacionais de juniores, corroborou da opinião, destacando que no final das corridas os corredores chegavam de rastos e tinham de se levantarem no dia seguinte para mais quilómetros “a doer”. “Hoje fazem tudo para que no dia seguinte estejam a cem por cento além de que não têm as estradas em que nós corremos”, como se verificou no vídeo.Perspectivando o ciclismo, os três concordaram também no pessimismo que sentem em relação ao ciclismo nacional e, em particular, de Alpiarça. “O que o Águias está a fazer nas escolas de formação está muito bem mas não tem futuro porque os ciclistas não são aproveitados para uma equipa sénior do clube, espalhando-se por outros emblemas apontaram, apontando como solução um “cabecilha” publicitário que apoie o clube num todo.

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