O primeiro desafio dos cintos em 2003
Karatecas distritais postos à prova durante o estágio e exames de graduação, em Santarém
Cerca de 300 karatecas de centros de prática distritais tiveram no passado fim de semana momentos por que aguardam com alguma ansiedade. A Associação Distrital de Santarém - Karaté Amicale organizou na Nave Desportiva de Santarém o primeiro Estágio Técnico e Exames de Graduação de Karaté do ano 2003.
Sob a orientação técnica do Director Técnico Distrital, Sensei Carlos Dias, e do Conselho Científico composto pelos senseis Henrique Silva e Pedro Dias, os karatecas tiveram de demonstrar o que já aprenderam para poderem dar o salto para um cinto mais importante.No sábado de manhã o protagonismo pertenceu à classe de Infantis, com a acção técnica a incidir no treino base, defensivo, deslocamentos, orientação espacial, coordenação motora geral e diversos jogos adaptados. Do lado de fora alguns familiares observavam a evolução dos seus pequenos numa bancada amovível montada para o efeito.Numa primeira fase, os cerca de 150 karatecas mais pequenos foram obedecendo às ordens de Carlos Dias para mais tarde se dividirem por cores de cintos, cada grupo com os seus mestres, do branco ao azul. A todos era “exigido” que efectuassem os movimentos com rapidez e solidez mas que pensassem porque razão era aquela a melhor opção. Apesar dos nomes curiosos dos movimentos e de estarem presentes tantos miúdos juntos, nunca houve distracções e os pequenos levaram as acções bem a sério. Cada instrutor dava o exemplo e se houvesse uma falha, as katas repetiam-se uma, duas e três vezes, além de fazerem perguntas aos karatecas. Foi o caso de João Pedro Velez, de 11 anos, da Associação Amicale de Santarém, com quem falámos. Envergando o cinto azul de uma faixa que já passou pelo branco, amarelo, laranja e verde. Segundo nos contou, entrou para o karaté há quatro anos porque a mãe lhe disse que “era bom aprender técnicas de defesa pessoal”.Agora não quer largar a modalidade e treina à segunda e à sexta-feira, actividade que partilha com a frequência do sexto ano. Ao contrário de outros jovens, João Velez afirma-se mais adepto das katas (movimentos) do que do Kumite (combate), apesar de admitir que “seria bom participar em grandes provas onde se tem de lutar com outros karatecas”.Pequeninos, mas rijos e empenhados mostravam-se os “manos” de cinto branco de Santarém, Maria Inês e Francisco Soares, de sete e dez anos, respectivamente. Ambos entraram para o karaté em Setembro do ano passado e dizem gostar do fazem. Maria Inês diz mesmo que “já gostava de karaté quando a minha mãe nos inscreveu”. Com apenas sete anos não se contenta com pouco. É que além do karaté, pratica ainda equitação, natação e anda na catequese. Questionada se tinha tempo para tudo deu-nos a certeza com um rotundo sim e explicou. “Tenho karaté às segundas e sextas-feiras, catequese na quarta-feira, equitação na quinta e, no sábado, a natação”.Já o irmão Francisco é mais comedido. Só anda no karaté e mesmo assim disse já ter “aprendido a defender e a atacar mas o principal são as katas”, confessou-nos. O jovem mostrou-se confiante em passar nos exames de graduação, apesar de saber que “se pode chumbar se não fizermos bem todos os movimentos que aprendemos”. Os jovens irmãos Soares mostravam-se bastante confiantes de que iam passar do cinto branco ao amarelo. Na tarde de sábado o treino foi vocacionado para os adultos, incidindo mais nos aspectos de base e específicos, com treino de técnicas ofensivas e defensivas, esquivas, deslocamentos e combates.No domingo à tarde todos os atletas tiveram que provar os seus conhecimentos nos Exames de Graduação para passagem de cinto, no momento mais tenso daquela jornada de karaté.
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