O presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) anunciou segunda-feira que os dois quilómetros do aqueduto do Convento de Cristo, em Tomar, vão ser recuperados até 2004.Este projecto faz parte do programa de obras do IPPAR para o monumento, Património da Humanidade, que prevê ainda a instalação de uma cafetaria, a recuperação da cobertura do Cruzeiro e a conclusão da sinalética interna do espaço, revelou Pedro Calado.Apesar dos “constrangimentos” ditados pelo Orçamento do Estado e pela falta de pessoal, o presidente do IPPAR defende a necessidade de afirmar o Convento de Cristo a nível internacional, apostando em valências decisivas, como poderão ser encontros e simpósios universitários.“É preciso encontrar a alma do Convento de Cristo e afirmá-la”, explicou este responsável, salientando que, mais do que qualquer colecção, o monumento vale pela sua arquitectura e pelo simbolismo dos Templários.O aqueduto poderá ser, segundo Pedro Calado, um “sinal” da nova imagem que o IPPAR pretende para o monumento que se debate com falta de pessoal, nomeadamente ao nível dos técnicos para fazer face às novas solicitações.No entanto, a proibição de contratação de novos funcionários está a criar constrangimentos organizacionais do Convento, que poderão ser ultrapassados através da concessão de algumas actividades a empresas.Esta medida, através de contratos-programas de gestão, permite a entrada de empresas organizadas nos espaços tutelados pelo IPPAR, para assumir determinadas responsabilidades em coordenação com a tutela, explicou.Por outro lado, o funcionamento do aqueduto vai permitir diminuir parte das despesas com água do monumento, representando também algum retorno financeiro do investimento, além da sua simbologia.No que diz respeito ao antigo hospital militar, cedido definitivamente pelo Ministério da Defesa ao IPPAR, que ocupa a ala norte do monumento, Pedro Calado adiantou que estão a ser feitos os estudos e os levantamentos do existente para depois programar uma requalificação do espaço.Este responsável mostrou-se ainda preocupado com a tendência de diminuição dos visitantes no Convento de Cristo nos últimos anos, contrariando aquilo que se verifica a nível nacional.Pedro Calado defendeu que esta diminuição tem origem mais em motivos exógenos que internos, embora a actual direcção do monumento esteja incumbida de contrariar os números existentes.Por seu turno, Jorge Custódio, director do Convento, explicou que a instituição está em contacto com universidades espanholas para promover visitas e encontros.Além disso, o director pretende reactivar o centro de documentação templária do monumento, reunindo todos os documentos do país referentes a esta ordem religiosa.Lusa