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Pedro Barroso

Em defesa da música portuguesa

Grupo de artistas lança manifesto onde se apela ao cumprimento da legislação

Músicos, poetas, cantores, saíram em defesa da música e da cultura portuguesa e emitiram um manifesto que entregaram esta quarta-feira na Assembleia da República aos diversos grupos parlamentares. Os artistas, onde se incluem nomes do distrito de Santarém como José Cid, Pedro e Nuno Barroso, o Padre José Luís Borga, Jorge Rivotti e os Quinta do Bill, dizem que o país está a perder a sua identidade cultural.

Um grupo de músicos, cantores e compositores nacionais decidiu entregar esta quarta-feira, 4 de Fevereiro, a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República, um “Manifesto sobre o estado da Música Portuguesa” em defesa da canção feita em português.Os artistas - onde se incluem vários nomes ligados ao distrito de Santarém como Pedro Barroso, primeiro subscritor do manifesto, Jorge Rivotti, Luís Petisca, José Cid, Carlos Dâmaso, Nuno Barroso, Carlos Alberto Moniz, José Luís Borga, José Niza e Quinta do Bill - lembram que existe uma lei, nunca regulamentada, que estipula a passagem de pelo menos 50% de música portuguesa nas rádios nacionais e que “pura e simplesmente não é cumprida”, com excepção da Antena Um.Sublinhando que “existe uma cabala ilegal de incumprimento total da referida lei”, alegadamente urdida por “multinacionais poderosas, lobis editoriais fortíssimos e radialistas que são simultaneamente promotores discográficos”, o grupo diz que os resultados de tal situação estão à vista com a “progressiva perda de identidade cultural” que “não parece incomodar os grandes decisores”.“Portugal converteu-se num país onde não se conceitua o que é português”. E dão exemplos: “Camões morreu na miséria. Muitos notáveis morreram às mãos da inquisição. Pessoa foi contabilista. Virgílio Ferreira foi professor de liceu até à reforma. José Afonso contou essencialmente consigo e com os amigos na doença que o vitimou” - enumeram, entre outros casos, para dizer que, “ao que parece”, o país vive “de um déficit de autoestima crónico”.“Caso curioso”, lê-se ainda no manifesto, “é que, não obstante, o público manifesta, por opinião directa e pela sua adesão e comparência maciça aos espectáculos, exactamente o contrário do que defendem aqueles que proclamam a sua indiferença – e até alergia... – ao que é português”.Os artistas temem ainda as consequências da recessão do mercado causada pela crise financeira instalada nas autarquias, que, segundo afirmam, “representam um universo de 80% dos clientes potenciais”. É que, sem dinheiro, “a actividade do entretenimento é a primeira a parar por razões óbvias de subsistência”, sustentam.
Pedro Barroso

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