Realmente não há nada como uma boa crise económica para despertar os piores instintos de certas pessoas. Numa altura destas há quem assalte os mealheiros dos filhos, rape as moedinhas que a avó costuma guardar no velho açucareiro e se lance ao assalto às caixas de esmolas das igrejas, como aconteceu recentemente lá para o norte de Portugal. E o crime foi praticado por um padre o que dá uma bela imagem do desespero que por aí vai.Com o director do jornal Público é a mesma coisa. Faltou-lhe dinheiro na conta bancária e clic! O homem descobriu a província e a miséria jornalística que vai por aqui. Se não lhe faltassem as receitas publicitárias lá em Lisboa, alguma vez o senhor José Manuel Fernandes falaria da falta de objectividade dos jornalistas que trabalham na imprensa regional, na ausência de um jornalismo reflexivo ou lá que merda é essa que ele inventou e mais umas tretas assim?Tens carradas de razão. O artolas tem a mania que é o João de Deus da imprensa regional, mas cá por mim pode muito bem enfiar a cartilha paternal num sítio que eu cá sei. Se ele praticasse a objectividade que apregoa, o homem, em vez de andar a inventar, tinha ido direito ao assunto. Caros leitores, vamos fazer uma edição centro para tentar rapar um dinheirito por aquelas bandas uma vez que a publicidade de Lisboa já não chega para dar de comer a esta gente. E depois nós é que somos jornalistas de segunda??!!! Ganda latosa a do bicho!!!Quem também tem uma lata de alto calibre é o presidente da câmara de Torres Novas, o tonitruante António Rodrigues. Na altura em que foi candidato pela primeira vez, fartou-se de bramar contra o então presidente, o social-democrata Arnaldo Santos, por causa dos boletins municipais que, segundo dizia, só serviam para publicar fotografias do caramelo. Agora, esquecido de tão sábias críticas, fez publicar mais de setenta fotografias da sua importante pessoa, na última edição do boletim municipal. É obra, Serafim. É obra, até porque o boletim só tem 46 páginas.É o Rodrigues a discursar, a inaugurar, a desfilar, a bater palmas, a dar prendas, a receber prendas, a assinar, a cumprimentar, a abraçar. O homem está de frente, de lado, de perfil, de fato e gravata, de camisolão desportivo, direito, inclinado, recostado, sentado, em Cabo Verde, na Polónia, em Timor, em Riachos, em Pedrógão, na Brogueira, nas Moreiras Grandes. É um enjoo de António Rodrigues. Um enjoo de Boletim Municipal. Um enjoo de propaganda. O vereador da CDU, Carlos Tomé, bem propôs que se pusesse fim ao boletim publicitário do senhor Rodrigues, para poupar a paciência e o dinheiro dos contribuintes. A proposta foi chumbada, pois claro. Poderão os munícipes de Torres Novas viver sem uma dose cavalar de fotos do presidente de três em três meses??!! E fico-me por Torres Novas que é boa terra. E fico-me pelo outro interveniente nesta coisa dos boletins e das fotografias que também merece que se fale nele. Arnaldo Santos, regressou à ribalta depois de ter perdido a câmara para o senhor fotogénico Rodrigues, em 1993. E voltou em força. Foi eleito para presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, e escolheu-se a si próprio para comandante. Para bem da emérita corporação é aconselhável que ele não se fique por ali e que se escolha também para condutor de ambulâncias, escriturário, telefonista, senhora da limpeza e tudo. Era de homem. E ficavam todos a ganhar. De Arnaldo Santos o homem passava a Arnaldo Swazeneger. Ia ser um filme do escafandro. Serafim, camaradão, hoje está-me a puxar para as rapsódias e por isso continuo a bombeirar, mas com o bombeiral da Golegã. Em Julho andava marosca no ar e O MIRANTE foi lá à terra falar com o presidente da direcção, com o comandante e com uns bombeiros descontentes. Os descontentes não mostraram a cara, o presidente deitou água na fervura, o comandante deitou achas para a fogueira. E lá continuou tudo na paz podre dos anjolas. Estes jornalistas são uns exagerados!!! Agora já dizem que já não há bombeiros que cheguem para socorrer quem precisa e os dissidentes em vez da cara até já se mostram de corpo inteiro. Às vezes apetece pegar num bocado de mangueira e desatar a malhar. Malhar centeio, pois claro...pensavas que era malhar o quê??!!!Um abração asfixiante doManuel Serra d’Aire