A partir de 110 euros mensais, o Centro de Empresas de Constância disponibiliza 10 salas aos empresários, que beneficiam ainda de um conjunto de serviços comuns, como recepção, secretariado, entre outros. A ideia do centro é fortalecer o tecido empresarial local, promovendo a criação e instalação de novas empresas. Para o presidente da câmara, António Mendes, este foi mais um passo importante para o desenvolvimento empresarial do concelho. “Desde a década de 80 que temos vindo à nossa escala a criar condições para que o tecido económico se reforce. Em 1989 inaugurámos a primeira fábrica na zona industrial e hoje as coisas têm evoluído muito e são muito diferentes”, sustentou. Com as salas do centro quase todas ocupadas, António Mendes destacou também o facto desta iniciativa permitir fazer do núcleo histórico da vila, um espaço com vida. “Desejamos ter um centro histórico com vida, onde existam pessoas. E isso também se consegue com espaços como este”, comentou.O presidente da Nersant destacou também a importância do desenvolvimento empresarial no contexto do próprio desenvolvimento dos concelhos. “Não conheço nenhum modelo em que o desenvolvimento se faça sem as empresas. É impossível haver outro modelo para promover o desenvolvimento regional”, salientou José Eduardo Carvalho. “Em Portugal há a peregrina ideia de que isto tem que ser feito pelos privados e pelas estruturas associativas”, comentou, acrescentando que para além dos municípios investirem em piscinas e cine-teatros que custam milhares, “devem também investir no apoio às empresas”. “O que estamos a fazer agora com a criação destes centros, já se fez há 10 ou 15 anos na Europa”, realçou o dirigente associativo. José Eduardo Carvalho revelou que a NERSANT está a negociar com as autarquias de Alpiarça, Mação, Sardoal e Ferreira do Zêzere a instalação de centros do mesmo género. Chamando a atenção para o facto do tecido empresarial português ser constituído na sua maior parte por pequenas e médias empresas, o secretário de Estado da Administração Local disse que as iniciativas do género levam “massa crítica para os concelhos”. “Muitas vezes as autarquias dão apoio a empresas multinacionais que tal como vêm para o país, também saem para outros lados, e esquecem-se das pequenas empresas”, afirmou Miguel Relvas. Para o secretário de Estado, o exemplo de Constância é importante, já que promove a articulação entre o desenvolvimento urbanístico e o desenvolvimento do próprio concelho através do apoio às empresas. Um factor que considera importante para a fixação de pessoas e para a criação de emprego. “Um concelho como o de Constância tem assim capacidade para ter taxas de desemprego mais baixas que outros concelhos”, destacou. Miguel Relvas sublinhou ainda a necessidade das autarquias estabelecerem parcerias público-privadas, vendo nisso uma forma de desenvolvimento e de obtenção de receitas. “A sociedade civil não pode funcionar numa lógica que assenta apenas nos apoios do Estado. Tem que haver iniciativa. E são exemplos como o deste centro que nos levam a acreditar que vamos atingir os nossos objectivos. Ou seja, fazer mais com menos dinheiro”, reforçou. O Centro de Empresas de Constância situa-se na Rua Luís de Camões, nº 9. Está instalado num edifício onde funcionou, até 1986, a câmara municipal. O edifício recebeu obras de remodelação.