Futuro da EMEF continua incerto
Resposta do Governo não satisfaz Bloco de Esquerda
Em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) sobre a situação da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) no Entroncamento, o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação diz que em face da redução de trabalho, e para que a empresa seja viável, vai ser necessário desenvolver acções de ajustamento da sua estrutura de custos.
O BE, através do seu grupo parlamentar, tinha perguntado em Dezembro de 2002 ao Governo “que medidas estão a ser assumidas no sentido de recolocar a EMEF como pilar fundamental da modernização da ferrovia em Portugal, em vez de a remeter ao papel de mera subcontratada pela Alstom”. Uma empresa que alugou oficinas da EMEF para fazer a modernização de composições das linhas urbanas, utilizando trabalhadores da empresa portuguesa. Na resposta referida, o ministério diz que a EMEF “nunca deixou de se modernizar, financeiramente apoiada pela CP. Estando envolvidos no projecto Alstom apenas cerca de três dezenas de trabalhadores.” E acrescenta que, em face disso, “ Não é lícito concluir que a EMEF se encontra remetida ao papel de mera subcontratada da Alstom”.Para o Bloco de Esquerda do Entroncamento a resposta ao requerimento do seu grupo parlamentar justifica as preocupações dos trabalhadores, dos seus representantes e das autarquias do Entroncamento. No decorrer de uma conferência de imprensa na sexta-feira à tarde, o BE disse que “o Governo confirma textualmente a redução da carga de trabalho e dos correspondentes proveitos, obrigando dessa forma a empresa a desenvolver acções visando a redução de postos de trabalho”. O BE do Entroncamento também não ficou satisfeito com a resposta a outra questão levantada sobre a renovação do protocolo entre a CP e a EMEF, através do qual a CP, única accionista da empresa de manutenção, se comprometia a adjudicar à EMEF e esta a realizar um vasto conjunto de operações no domínio para que está especificamente vocacionada, ou seja, a manutenção.É que na resposta ao requerimento, o ministério afirma que do conjunto de medidas sugeridas por uma empresa consultora contratada para estudar a viabilidade técnica, económica e financeira, “faz parte a celebração de novos instrumentos contratuais CP/EMEF, adequados às novas necessidades das empresas”. Esta posição do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação já se adivinhava, face a uma entrevista concedida pelo presidente do conselho de administração da EMEF, Victor Távora, à revista EMEF-Magazine em que este anunciava uma viragem radical na prestação de serviços à CP. Face às informações disponíveis, o Bloco de Esquerda do Entroncamento considera que “a segurança de pessoas e bens é para levar a sério”, e que “o Governo não pode de maneira alguma esquecer-se disso.” Para aquele partido, “a redução de postos de trabalho no Entroncamento, ainda que negociada caso a caso, compromete o futuro da ferrovia e afecta a economia local”, sublinha, acrescentando que está “apreensivo mas também confiante na capacidade de luta dos trabalhadores dos trabalhadores para defenderem os seus direitos”.
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