O clima de contenção financeira obrigou a Câmara Municipal de Constância a cortar no orçamento das Festas do Concelho, que decorrem entre 19 e 21 de Abril. Este ano o orçamento dos festejos vai ser reduzido entre 20 a 30 por cento, levando a autarquia a desistir do arrendamento do pavilhão insuflável onde normalmente se realizava a exposição de actividades económicas. E todas as empresas participantes nessa mostra, que será feita ao ar livre, terão de pagar pelo espaço que ocuparem.A agenda de espectáculos foi também alvo de uma criteriosa escolha, para não se entrarem em loucuras a que a tesouraria municipal teria dificuldade em responder. Mesmo assim, os alentejanos Adiafa, no sábado, e Luís Represas, na noite de encerramento, na segunda-feira, garantem o brilho do cartaz, onde se inclui ainda um espectáculo de música cabo-verdiana no sábado e um festival de folclore no domingo, para além de outras actividades.Ao todo, as festas vão custar cerca de 80 mil euros (16 mil contos), com a maior parte desse montante a ser garantido por apoios e patrocínios. A autarquia deverá gastar entre 20 (4 mil contos) a 30 mil euros (6 mil contos).A nota política foi introduzida pelo presidente da câmara, António Mendes (CDU), durante o encontro que teve com jornalistas na tarde de quinta-feira numa das esplanadas junto ao rio Zêzere. Sem se querer alongar muito sobre os cortes orçamentais a que os municípios estão sujeitos desde a entrada em funções do actual Governo, o autarca prometeu que depois das festas daria conta à comunicação social das consequências das restrições financeiras no concelho.“Brevemente anunciaremos outras medidas e tomaremos uma posição pública sobre essa problemática e sobre o que vai ou não vai acontecer em Constância face a essa situação”, declarou o autarca.Esta não seria a altura indicada para António Mendes afrontar a política do Governo, até porque durante as festas vai deslocar-se a Constância o secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, para assinar um contrato-programa com o município. O acordo vai garantir uma comparticipação de 50 por cento por parte do Governo, para o alargamento das obras de requalificação urbana em curso até ao Chão da Feira, na zona alta da vila. Um projecto orçado em 500 mil euros.TASQUINHAS NA MARGEM DO ZÊZEREAlheias a essas questões, centenas de mãos anónimas continuam a preparar as flores de papel que hão-de colorir as ruas da terra no fim de semana de Páscoa e encher os olhos dos milhares de visitantes. O habitual envolvimento da comunidade nas festas é aliás realçado pela autarquia. Tal como já são normais algumas dificuldades na circulação e no estacionamento durante os dias de festejos.Novidade da festa este ano é a transferência das tasquinhas dos edifícios do centro histórico da vila para as margens do Zêzere, proporcionando melhores condições de higiene, segurança e de serviço. Para além de que o local é mais aprazível para os visitantes. A mudança deve-se ao facto de os imóveis habitualmente utilizados para esse fim terem sido entretanto recuperados.O desfile e benção dos barcos, na segunda-feira, dia dedicado a Nossa Senhora da Boa Viagem, constituirá mais uma vez um dos pontos altos do programa, tendo sido garantida a participação de embarcações de mais de uma vintena de municípios do Vale do Tejo.