O bombeiral do distrito anda novamente em polvorosa. Agora decidiram abrir a caça antes da época venatória e querem chumbar com calibre grosso o nome de Pombo Mendes para coordenador dos serviços de protecção civil do distrito. O homem até já foi comandante dos bombeiros do Cartaxo e tem experiência noutras áreas ligadas ao ramo, mas o pessoal dos bombeiros não quer este intruso que vem da PSP de Castelo Branco mas que, pela reacção de repulsa, parece vir de outro planeta. Uma espécie de alien, estás a ver?!Este é um dos exemplos de como as coisas funcionam por cá. O que o pessoal quer é que o inspector distrital Chambel fique com o lugar, porque a ele já o conhecem de ginjeira e até o tratam por tu. Com caras novas nunca se sabe o que é que pode acontecer. E mudanças é coisa de que poucos gostam nesta terra. Mexe com interesses e mordomias instalados... É o consagrado espírito de capelinha no seu melhor. Por isso ninguém esperou para ver se o homem tinha capacidade ou não e pouco se ligou ao facto de já ter trabalhado no distrito. O nosso Chambel é que é! O que é distrital é bom!E já que estou em matéria de fardas, deixa-me dizer que fiquei de boca aberta quando soube que mais de 200 homens da PSP estiveram envolvidos numa gigantesca operação policial em Tomar. Sinceramente, com tanta gente junta, o comando da polícia devia pensar que estava ali alguma linha avançada do exército iraquiano, algum armazém de armamento de destruição maciça, como se diz agora, ou mesmo algum arsenal químico. Mais audácia do que essa só a que manifestaram os candidatos à federação distrital do PS. Como tu muito bem sabes e dizes, sem a sombra do Carlos Cunha apareceram logo magotes de aspirantes a líder. Deve ser mais ou menos o que vai acontecer no Iraque pós-Saddam. Porque, tal como este, também Cunha tinha quase cem por cento dos votos em cada eleição. E vê lá se os americanos se chatearam com isso e vieram libertar os socialistas ribatejanos do opressor que esmagava a concorrência... Se houvesse petróleo no Ribatejo a música era outra, disso tenho a certeza!Mas olha que já deve ter estado mais longe. Pelo menos há diários nacionais, dos tais de referência, que já classificam como vila o bairro de Alfange, que é pouco mais de uma dúzia de casas habitadas à beira da linha do comboio e do Tejo, em Santarém. Mas o supra-sumo foi quando o jornalista disse que ali viviam 3 mil pessoas, quando nem 300 almas por lá andam. Nem quando bebo absinto aos litros tenho tamanha criatividade, camarada!E dizia o director desse jornal há uns tempos que a aposta em edições regionais – já tem Lisboa, Porto, Minho e Centro – destinava-se a proporcionar um jornalismo mais isento e descomprometido aos pobres leitores da província, que coitados só têm a imprensa regional que está vendida ao poder local. Só que o homem enganou-se, Manel. Isto não é jornalismo descomprometido em termos políticos. Isto é jornalismo completamente descomprometido com a realidade. É qualquer coisa do género do Senhor dos Anéis, em versão impressa. E tenho dito!Uma continência do Serafim das Neves