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Dinheiro da banca

Em 26 anos (consecutivos) de gestão autárquica, nunca Santarém tinha experimentado qualquer impedimento de recorrer à banca. Por mais figuras de estilo que agora sejam criadas, é esta a realidade. A não serem concretizadas as “célebres actualizações do cadastro” e conseguidas outras receitas suplementares, estaremos em presença de uma realidade insólita e perigosa que poderá tornar o município escalabitano praticamente ingovernável já no próximo mandato!

Quatro autarquias do distrito (Cartaxo, Entroncamento, Rio Maior e Santarém) não podem contrair novos empréstimo, por causa das recentes regras impostas pelo Governo. Na relação dos 43 municípios impedidos de ir à banca (durante este ano) encontramos Lisboa, Porto, Évora, Setúbal, Oeiras, Cascais, Beja e Palmela. Estudámos, caso a caso, as informações disponíveis e verificámos que, em termos percentuais, a edilidade escalabitana está entre aquelas que mais verbas conseguiram ir buscar à banca no actual mandato. Com efeito, os empréstimos conseguidos pela Câmara de Santarém, em 2002, são de longe superiores aos limites de crédito dos 17 municípios do nosso distrito que ainda podem recorrer aos bancos (em 2003). Um exemplo: Abrantes, que possui o maior plafond, poderá obter 1.096.218,51 euros junto das instituições de crédito. Acontece que Santarém, em 2002, já foi buscar 8.464.079,66 euros (cerca de um milhão e setecentos mil contos), graças à generosa herança recebida dos mandatos anteriores que, ao contrário de muitos outros municípios, não esgotaram a sua capacidade de endividamento. Paradoxalmente, a este legado de equilíbrio financeiro foi chamado “falência técnica” (leia-se o Diário de Notícias de 9 de Março de 2002).Estamos claramente no tempo das tiradas demagógicas “a pataco”. Caso a Câmara de Santarém estivesse falida em Março de 2002, hoje já nem sequer existiria, pura e simplesmente porque, entretanto, a situação piorou... e piorou bastante. É de assinalar que a vereação transacta (apesar de sucessivamente acusada de mau desempenho por quem se lhe seguiu) apresentou, no âmbito da gestão financeira, melhores perfomances do que os actuais governantes autárquicos. Os números, infelizmente (para Santarém), falam por si. Não há uma só obra significativa que não resulte de projectos provenientes do anterior mandato. No entanto, sem que nenhum novo projecto de envergadura tenha surgido, o município de Santarém está, actualmente, mais endividado em três frentes (sem cosméticas): deve mais a fornecedores, deve mais a empreiteiros e deve mais à banca. Em 26 anos (consecutivos) de gestão autárquica, nunca Santarém tinha experimentado qualquer impedimento de recorrer à banca. Por mais figuras de estilo que agora sejam criadas, é esta a realidade. A não serem concretizadas as “célebres actualizações do cadastro” e conseguidas outras receitas suplementares, estaremos em presença de uma realidade insólita e perigosa que poderá tornar o município escalabitano praticamente ingovernável já no próximo mandato! Post ScriptumUma moeda para o ConventoO Governo determinou (e em minha opinião bem) a cunhagem de uma moeda comemorativa do Convento de Cristo de Tomar.Este espécime numismático (em prata) terá um valor facial de cinco euros e uma tiragem de 360 000 exemplares (350 000 dos quais com um toque de 500 milésimos e apenas 10 000 com um toque de 925 milésimos de “prata pura”).Depois de esta amoedação inovadora (a lançar em Novembro), o Dr. Jorge Custódio terá um novo suplemento orçamental para as obras em curso no monumento que dirige. A sorte e os ventos estão, definitivamente, do seu lado. Vai uma moeda por S. Francisco?Assinatura do tempo urbanísticoO prédio em construção no Largo Cândido dos Reis/Rua Pedro de Santarém, em frente ao novo centro comercial, deu um notório avanço às “altimetrias da vizinhança”. Tem, no entanto, duas virtudes a seu favor: deixa cada vez menos só a “Torre Scallabis” e representa um bonita assinatura urbanística bem juntinho à Igreja de Jesus Cristo, monumento nacional.Não sobram dúvidas: a escalabitana política de urbanismo mudou, mudou muito, passou-se para as alturas.CongressoCarlos Catalão, o número dois da concelhia do PS de Santarém, está a preparar as bases e a sondar os colaboradores para a organização de um novo “Congresso do Ribatejo”.Trata-se de mais uma iniciativa de fôlego deste empreendedor deputado municipal que a todos deve mobilizar, comprometer e unir.Santarém, 9 de Abril de 2003:— 112º aniversário do jornal Correio da Extremadura (hoje Correio do Ribatejo), uma referência na comunicação social do nosso país;— 85º aniversário da batalha de La Lys (I Grande Guerra).jmnoras@mail.telepac.pt

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