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Auditoria “limitada”

PSD contesta ausência de respostas dos serviços da Câmara de Santarém

A auditoria às contas e procedimentos da câmara de Santarém, proposta pelo presidente do executivo no início do mandato, foi “limitada” por falta de cooperação dos serviços camarários. O assunto foi levantado pela vereadora do PSD, Hélia Félix que diz não compreender porque é que as “distorções” e “divergências” apontadas pelos auditores, relativas a contas bancárias não foram esclarecidas. O tema vai voltar a ser discutido, a pedido da CDU.

O relatório da auditoria feita às contas e procedimentos da Câmara Municipal de Santarém aponta “distorções” nos valores inscritos nalgumas rubricas da conta de gerência da autarquia referentes a 2001. Uma situação que não teve esclarecimento cabal por parte dos auditores, dado que alguns pedidos de explicações pedidos por estes não obtiveram resposta por parte dos serviços camarários.A vereadora do PSD Hélia Félix, entre outros exemplos citados, fala de casos de contas bancárias inscritas na conta de gerência de 2001 que não correspondem aos dados fornecidos pelos bancos. E referiu-se mesmo a uma conta mencionada nesse documento municipal que nem sequer existiria.“Distorções” e “divergências”, no dizer da vereadora, que mereceram pedidos de explicações por parte dos auditores aos serviços camarários e que não obtiveram resposta destes durante o período que durou a auditoria - proposta pelo presidente da câmara Rui Barreiro (PS) no início do mandato e realizada durante 2002.“Os auditores pedem valores dos empréstimos contraídos pela autarquia, porque os bancos indicam um valor e a conta de gerência aponta outro, e mais uma vez os serviços não respondem”, declarou a vereadora social-democrata citando um exemplo.Hélia Félix diz que a ausência de explicações por parte dos serviços do município “limitou o âmbito” do trabalho dos auditores de uma forma “não justificável” que teve reflexos no relatório final. “Os serviços não se pronunciaram relativamente a certas questões e o senhor presidente devia ter exigido que fossem dadas essas respostas”, afirmou a vereadora do PSD, questionando o alcance e utilidade de uma auditoria que não teve acesso a todos os dados. “É de uma grande gravidade que se encomende uma auditoria que tem por objectivo saber se as demonstrações financeiras têm distorções relevantes e que, perante isto, não haja preocupação de se responder de imediato”, acrescentou.Na resposta, Rui Barreiro sublinhou a utilidade e pertinência da auditoria com vista à correcção de alguns procedimentos por parte dos serviços camarários. E afirmou que a ausência de resposta a algumas das questões colocadas pelos auditores se deveu ao facto de os serviços estarem ocupados com outras tarefas consideradas prioritárias, dado que há prazos a cumprir na apresentação das contas.O presidente da câmara afirmou ainda que algumas dúvidas levantadas pelos auditores deram origem a uma série de medidas tomadas pelos serviços, reconhecendo que há procedimentos que têm de ser corrigidos. Mas Hélia Félix não desarmou, considerando que “essas respostas tinham que ser dadas durante a auditoria” e que Rui Barreiro devia ter dado instruções nesse sentido.O assunto deverá ser agendado para a próxima reunião do executivo, a pedido da CDU, já que o seu especialista em contas, o vereador José Marcelino, não teve tempo para analisar o extenso relatório da auditoria.

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