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Os elementos da Escola Profissional de Coruche que vão representar o distrito na final nacional

O gosto pela política

Escola Profissional de Coruche vence sessão distrital do jogo da cidadania

A Escola Profissional de Coruche venceu a sessão distrital do jogo da cidadania. A iniciativa, que visa incutir o gosto pela democracia e pela política aos alunos do ensino secundário e que consiste numa réplica do parlamento, teve lugar na sexta-feira no salão nobre do Governo Civil de Santarém. Ao todo participaram dez escolas que apresentaram resoluções sobre o tema deste ano: “Imigração em Portugal: medidas prioritárias”. Eunice Isabel Carvalho, da Escola Profissional do Vale do Tejo, foi eleita a melhor deputada distrital. Ana Raquel Nunes, da Escola Secundária da Golegã, que fez de presidente da mesa da assembleia, foi escolhida para a selecção da mesa da sessão nacional. Estas duas jovens vão juntar-se aos três elementos da escola vencedora para representarem o distrito na final nacional, que se realiza na Assembleia da República no dia 30 de Abril.

Os jovens deputados vão defender com unhas e dentes “a medida K”, que resultou de uma conciliação das medidas de oito escolas e que foi aprovada com 80 por cento dos votos, antes da eleição da melhor escola. Esta resolução apoia o alargamento da União Europeia e considera ser necessário criar um organismo único que coordene as entidades responsáveis pela fiscalização da imigração. Propõe ainda a formação de instituições de apoio e integração dos imigrantes. A medida foi apresentada pelas escolas secundárias de Entroncamento, Coruche e Ourém e escolas profissionais de Salvaterra de Magos, Ourém, Vale do Tejo, Rio Maior e Coruche.Uma outra medida (L) propunha o reforço das medidas de integração e fiscalização dos imigrantes. E ao mesmo tempo repudiava a entrada de imigrantes ilegais no país. Esta medida foi apresentada, após uma conciliação, pelas escolas secundárias da Golegã e de Alcanena. Os defensores da medida K argumentaram no debate, que durou cerca de duas horas, que é necessário o alargamento da União Europeia aos países de Leste para que estes tenham mais condições económicas no sentido dos imigrantes poderem regressar ao seu país de origem. Defenderam também que não se devem legalizar mais imigrantes no país, mas os que já cá estão devem ter o direito a trazer a sua família. Propuseram ainda acções de formação em língua portuguesa e a criação de um cartão de identificação pessoal para imigrantes. Este deve conter toda a informação relativa à saúde, segurança social, entre outros. No final da sessão muitos dos jovens “deputados”, sentiam-se verdadeiros políticos, mas alguns não mostravam interesse por uma futura carreira nesta área. No entanto reconheciam que estas iniciativas são importantes para conhecer os problemas do país e para tomar o gosto pela vida pública. “É uma forma de ficarmos melhor informados e de percebermos melhor as medidas políticas que são tomadas pelo Governo e pela Assembleia da República”, disse ao nosso jornal Josélia Godinho da Escola Profissional de Coruche. Fábio Nunes, do mesmo estabelecimento de ensino, recordou que a participação neste jogo da cidadania custou muitas aulas perdidas. “Isso agora pode reflectir-se nas notas de algumas disciplinas, o que vai exigir um maior esforço em termos de estudo”, sublinhou, acrescentando: “Foi bom participar numa iniciativa que pertence aos adultos, mas que deve interessar os jovens, porque mais tarde podemos ser nós os deputados que estão na Assembleia da República. A melhor deputada desde cedo demonstrou grande capacidade de argumentação, num discurso de fazer inveja a alguns deputados que no parlamento passam a maior parte do tempo mudos. Com alguma modéstia, Eunice Carvalho disse que “não vinha preparada para ganhar. Mas tinha uma grande confiança no trabalho de equipa que fizemos e na forma como estávamos unidos”. Explicou ainda que teve de treinar muito para poder aplicar todos os conhecimentos que foram adquirindo. Sobre a possibilidade de um dia enveredar por uma carreira política, Eunice Carvalho mostrou pouco interesse. “Estou num curso que gosto muito, que é de contabilidade. E é nessa área que quero trabalhar no futuro. A política? Só se não tiver nenhuma possibilidade no mercado de trabalho”, salientou. O jogo da cidadania é promovido pelo Instituto Português da Juventude. O jogo passa por várias fases. A primeira é um processo eleitoral nas escolas. Segue-se a eleição dos representantes às assembleias e depois realizam-se sucessivamente a sessões plenárias a nível escolar, distrital e nacional. As regras do jogo foram elaboradas a partir do regimento da Assembleia da República. Cada escola constituía um “grupo parlamentar” com cinco elementos cada. A eleição do melhor deputado distrital e do melhor elemento da mesa são eleitos pelos participantes. A melhor escola é escolhida por um júri. O deste ano foi constituído por Rosalina Melro, António Oliveira (adjunto do governador civil) e António Ramalho (inspector do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).
Os elementos da Escola Profissional de Coruche que vão representar o distrito na final nacional

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