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Só o relógio avança no Polis de Tomar

Famílias ciganas e mercado semanal continuam a ocupar zona do Flecheiro

O placarde em forma de relógio digital situado junto à rotunda cibernética, no centro de Tomar, indica que faltam pouco mais de 800 dias para ser concluído o programa Polis, mas as obras tardam em aparecer. E na zona do Flecheiro, onde está prevista a maior intervenção, as barracas das famílias ciganas continuam de pé e o rio Nabão é semanalmente invadido pelo lixo do mercado das sextas-feiras.

O programa Polis de Tomar continua a não passar do papel. Quando faltam pouco mais de dois anos para a sua conclusão, ninguém consegue ver sinais de obras, pelo menos das de maior dimensão. Aquelas que irão realmente mudar a face da zona ribeirinha da cidade. A construção do pavilhão municipal, junto ao estádio, e o parque de estacionamento subterrâneo (por baixo do pavilhão) deverão ser as primeiras obras a avançar, com o presidente da autarquia a garantir o seu início logo após a Festa dos Tabuleiros, que se realiza a 6 de Julho.Mas a obra mais emblemática do programa – o passeio ribeirinho de quatro quilómetros, que ligará o Açude de Pedra ao Flecheiro e a requalificação desta zona problemática da cidade – ainda está muito longe de ser uma realidade.Na reunião de câmara da última segunda-feira o presidente da autarquia anunciou a adjudicação de dois projectos no âmbito do Polis que considerou “vitais” para a cidade – a mobilidade urbana, onde se irá tentar conjugar a mobilidade entre os vários municípios, os transportes urbanos e a ligação da cidade às freguesias - e o Plano de Pormenor do Flecheiro, que será feito em duas fases: a elaboração do projecto propriamente dito e a sua execução e discussão pública.UM PROBLEMA CHAMADO FLECHEIROApesar de António Paiva afirmar que a requalificação da zona do Flecheiro é a prioridade da autarquia, a verdade é que são mais as indefinições que as certezas relativamente ao futuro daquela zona.A autarquia ainda não tem, por exemplo, uma solução definitiva para realojar as famílias ciganas que habitam junto às margens do Nabão. Quando questionado pelo nosso jornal António Paiva respondeu que a câmara já tem um espaço na Charneca do Maxial, junto à zona industrial, onde serão construídas as habitações para aquelas famílias.Mas ainda não sabe se as irá pôr todas no mesmo local, situação que as próprias famílias contestam, se irá dividi-las por várias zonas limítrofes da cidade. Enquanto isso o número de barracas continua a aumentar no Flecheiro, tendo inclusive a PSP desmantelado algumas ilegais, nas duas últimas operações policiais que fez à zona.António Paiva diz saber que nos últimos tempos, quando se começou a falar na requalificação do Flecheiro, houve uma migração de algumas pessoas de etnia cigana do norte do país para Tomar, no sentido de conseguirem também uma casa.“Nós sabemos que há mais barracas e mais pessoas a morar ali mas essas não vão levar nada. A câmara sabe exactamente quantas pessoas ali residentes terão direito a nova habitação e só serão realojadas as famílias cujas habitações estão registadas na autarquia”, avisa o presidente.Além do problema das famílias ciganas residentes junto ao rio Nabão, a autarquia tem ainda de salvaguardar outras situações antes de se avançar com a requalificação daquele espaço. É o caso da transferência do mercado semanal, que todas as sextas-feiras invade as duas margens do rio.A deslocação do mercado semanal é uma discussão que vem já desde o mandato anterior mas até hoje ainda não foi escolhido um novo local – fala-se na zona de São Lourenço (saída de Tomar em direcção ao Entroncamento), na zona industrial e até junto aos pavilhões da FAI (saída Tomar/Torres Novas) mas nunca se chaegou a um consenso.António Paiva tem de resolver o assunto rapidamente se quiser ver as margens do rio requalificadas. E apesar de não querer adiantar datas “para não criar expectativas na população” o nosso jornal sabe que internamente circula a versão que o presidente quer o Flecheiro “limpo” no Verão do próximo ano. Resta saber se conseguirá.Margarida Cabeleira

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