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Sidónio Pais, Luís Costa, Jaime da Costa Oliveira e José Veiga Simão, já depois da sessão de lançamento do livro

“Um livro notável e corajoso”

A Energia Nuclear em Portugal teve apresentação pública

O último livro da colecção SABER, editado por O MIRANTE, aborda as decisões politicas que conduziram ao desmembramento da Junta de Energia Nuclear. Ex-governantes e dirigentes da administração pública, que tiveram intervenção directa no processo, são citados pelo autor, Jaime da Costa Oliveira, ex-dirigente da JEN e actual investigador coordenador do Instituto Tecnológico e Nuclear. O lançamento público do livro foi na passada quinta-feira na Sociedade de Geografia de Lisboa.

O livro “A Energia Nuclear em Portugal - Uma Esquina da História”, da autoria de Jaime da Costa Oliveira, publicado com a chancela de O MIRANTE, teve apresentação pública no passado dia 29 de Junho na Sociedade de Geografia de Lisboa.Com a presença de cerca de uma centena de pessoas coube ao presidente da direcção da Sociedade de Geografia de Lisboa, Professor Luís Aires-Barros, a abertura da sessão, logo seguida pela intervenção de Sidónio País, que apresentou o livro e falou do autor e da sua obra.Sidónio Pais é engenheiro e, para além de um vasto currículo no sector da energia, onde desempenhou lugares de direcção a vários níveis, é um homem de cultura ainda hoje ligado a vários organismos e associações.Começando por salientar “a coragem de Jaime Oliveira por se ter decidido relatar e reflectir sobre a decadência de uma instituição onde tanto trabalhou”, Sidónio Pais manifestou depois a sua admiração pela forma como o autor se desempenhou deste projecto, acrescentando-lhe a admiração pelo primor com que o livro está escrito e organizado, pela abundância das notas (...) pela forma como o autor cumpriu escrupulosamente a função de “cronista” rigoroso e sóbrio no relato dos factos e das opiniões, na manifestação clara do seu pensamento (...) dando, porém, o maior relevo às opiniões alheias. E mesmo com uma exaustiva exposição de documentos históricos, o autor teve a arte de nos manter presos do mais vivo interesse, duma ponta à outra da leitura”.Depois de introduzir na sua palestra mais alguns considerando sobre a vasta informação que o livro recolhe, Sidónio Pais voltou a elogiar o livro e o seu autor ao deixar um “rasgado elogio pelo rigor, objectividade, desassombro e até coragem” de Jaime Oliveira.Numa intervenção que durou cerca de trinta minutos, Sidónio Pais acabou a apresentação do livro de Jaime Oliveira dando ainda mais crédito a algumas ideias do autor. “O futuro não é risonho para as instituições que restam da JEN, principalmente do ITN. Nenhum partido português quererá correr o risco eleitoral que a energia nuclear representa. E numa conjuntura de redução de despesas, à beira da recessão, nenhum governo quererá investir numa área que deixou de ser estratégica. “Daí o panorama sombrio que nos é dado contemplar”, rematou, citando palavras do livro de Jaime Oliveira, que acabou por considerar, ainda, depois de encontrar “a moral da história triste”, ”um notável e corajoso livro” Jaime Oliveira falou da história do livro e das razões que o levaram a meter mãos à obra. A dada altura referiu que “ao por em evidência no meu relato factos ocorridos neste período conturbado em que se virou uma esquina da história da energia nuclear em Portugal, pretendi partilhar um testemunho da experiência enriquecedora - embora algumas vezes, decepcionante - que, na altura vivi. Mas não estou preso a nada do que fui, a nada do que fiz, a nada do que vivi, para agora me sentir com direito a olhar simplesmente para trás e a viver de recordações e de saudades. Há muito para fazer. Por isso, saliento no epilogo que “as ciências” e as tecnologias nucleares não fazem parte do passado; e que elas encerram potencialidades cuja exploração deve ser promovida através de novas abordagens e estratégias. Também por isso dedico o livro ao professor Leite Pinto(... ), disse, antes de lembrar os seus quarenta e dois anos de exercício de funções na Junta de Energia Nuclear e em institutos públicos que entretanto lhe sucederam.
Sidónio Pais, Luís Costa, Jaime da Costa Oliveira e José Veiga Simão, já depois da sessão de lançamento do livro

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