Aposta na qualidade reconhecida com vários prémios
Casal da Coelheira apostou na modernização para vencer no sector dos vinhos
Fruto da aposta forte na qualidade e da selecção criteriosa das castas, os vinhos da Quinta Casal da Coelheira, no Tramagal, Abrantes, têm vindo a ganhar bastante prestígio. Este ano os néctares saídos da adega já conquistaram várias medalhas de ouro e prata em concursos realizados no pais e no estrangeiro.
O Casal da Coelheira - Fernão Pires branco arrebatou a medalha de ouro num concurso em Paris e a de prata em Bordéus. Mas há mais casos de sucesso. O Casal da Coelheira – tinto ostenta a medalha de prata que obteve em Paris e o 3º prémio na Feira do Vinho do Cartaxo. Também medalhado com ouro foi o Terraços do Tejo - branco que passou a prova da qualidade no concurso dos melhores vinhos engarrafados do Ribatejo, em Alpiarça. O tinto baptizado com o mesmo nome recebeu a medalha de prata no concurso nacional do clube de vinhos e o Reserva 2000-branco alcançou também a prata em Alpiarça.Mas para alcançar estes resultados foi necessária muita dedicação e um grande investimento na modernização da adega. Em 1992 a quinta adquiriu equipamentos avançados. Paralelamente desenvolveu um projecto de renovação das vinhas. Para o efeito foi preciso fazer a expansão da área plantada e introduzir novas castas, o que aconteceu através do emparcelamento e da aquisição de novos terrenos. A escolha das castas também representa um factor de sucesso para a quinta Casal da Coelheira. Foi dado um grande valor às castas tradicionais ribatejanas, às quais se juntaram outras de grande qualidade. Nos brancos a grande aposta da empresa é nas castas Fernão Pires e Chardounay. Para a produção dos vinhos tintos a aposta vai para o Cabernet-Sauvignon, visto ser muito polivalente, mas também para a Touriga Nacional, Trincadeira Preta, Alicante Bouchet, Aragonês, Touriga Franca e alguma Periquita.Para se obter um bom vinho é preciso também haver alguns cuidados com as vindimas. Por isso a colheita das uvas é feita separadamente por castas e cada uma origina um tipo de vinho. Só depois deste processo é que se procede ao “blend”, que em termos práticos significa a mistura de cada um deles, de modo a obter os resultados pretendidos para cada marca de vinho. Por exemplo há um blend de 50 por cento de Touriga Nacional com a mesma quantidade de Cabernet-sauvignon, o que origina o casamento ideal, segundo os especialistas na matéria. A quinta do Casal da Coelheira começou a caminhar no sentido da inovação a partir de 1989. Três anos depois de ter sido adquirida pela família Rodrigues. Com vinhas pequenas e de fraca qualidade, o primeiro passo para o desenvolvimento da empresa deu-se com a aquisição de uma vinha com15 hectares. Começa então a nascer o interesse pela produção de vinhos de qualidade, numa altura em que o sector era dominado pelos vinhos comercializadas a granel ou em garrafões. José Rodrigues e o seu filho, Nuno Rodrigues Falcão, dedicaram-se então de corpo e alma ao grande projecto das suas vidas. Nuno Falcão faz um estágio em Monpellier, sul de França, no INRA (serviços de investigação agrária franceses). Esta experiência permitiu-lhe adquirir conhecimentos privilegiados que adaptou à realidade da sua exploração e da região. Neste projecto a família contou com o apoio de Paulo Nigra. O objectivo principal, desde o início, foi sempre o de se apostar fortemente no mercado com vinhos tintos e uma imagem de marca sólida e reconhecida. Na campanha vitivinicola passada, a quinta produziu 250.000 litros de vinho. Os responsáveis pela empresa garantem que não está previsto o aumento da produção por hectare. É que o segredo da qualidade dos seus vinhos reside em parte neste controle. Como as vinhas estão plantadas em solos arenosos, de baixas produções ( 8 a 9 ton./há), a escolha da localização das vinhas tem que ser criteriosa para obter sempre os melhores resultados. A quinta do Casal da Coelheira é actualmente uma referência no concelho de Abrantes e um dos principais cartões de visita do Tramagal. Muitas das pessoas desta zona já começam a promover os vinhos da sua terra noutras zonas do país. Para os proprietários da empresa, esta situação representa um estímulo e ao mesmo tempo um orgulho.
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