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Desemprego aumenta no distrito

Situação começa a ser preocupante

O Desemprego no distrito de Santarém está a aumentar. Os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, relativos a Maio, indicam que a taxa de desemprego no distrito é de 7,6 por cento, sofrendo um aumento superior a 17 por cento relativamente a igual período do ano passado. O grosso dos desempregados têm entre 25 e 44 anos mas a maioria tem apenas o sexto ano (antigo segundo ano de liceu) como habilitações literárias.

A taxa de desemprego no distrito de Santarém atingiu, em Maio, os 7,6 por cento, um aumento de 17,4 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado. Falando em pessoas e não em números, mais 2735 candidatos engrossaram a lista de desempregados existentes no distrito de Santarém. De acordo com dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) o distrito de Santarém “contribuiu” no último ano em quase 10 por cento para o aumento do número de desempregados na Região de Lisboa e Vale do Tejo (que aumentou 24,4 por cento). O único dado “animador” neste negro cenário é que o instituto considera que as sub-regiões da Lezíria e do Médio Tejo foram as que registaram menor acréscimo.Em termos de número de desempregados inscritos nos cinco centros de emprego existentes no distrito, o caso mais drástico é o de Salvaterra de Magos, que registou um aumento de 582 pessoas, 10,3 por cento do total da população activa. No extremo oposto encontra-se Tomar que, de Maio de 2002 para Maio deste ano, sofreu apenas um aumento de 4,32 por cento – 251 novos desempregados.Há algumas explicações mais ou menos consensuais que podem explicar estas discrepâncias. De um lado temos um centro de emprego que abrange uma região com forte componente agrícola, com empregos sazonais, como o caso de Salvaterra, Coruche e Benavente. O aumento menos significativo registado nos pedidos de emprego a Norte do distrito, no centro de emprego de Tomar, deve-se essencialmente ao facto deste centro abranger um dos concelhos que maior crescimento económico e empresarial registou nos últimos anos – Ourém. Sem esquecer o facto de em Ferreira do Zêzere, o desemprego ter inclusive diminuído. No centro de Emprego de Abrantes a situação também está longe de ser boa – no último ano o número de desempregados subiu de 1845 para 2182, mais 337 pessoas. O que, relativamente ao total da população activa abrangente (Abrantes, Sardoal e Constância), corresponde a uma curva ascendente de 10 por cento. Se Tomar ultrapassou mais ou menos bem o fecho de algumas grandes fábricas (nomeadamente as de papel) o mesmo não se pode dizer do concelho de Abrantes, que ainda está a pagar a factura do desaparecimento de grandes empregadores da região.Mas nem tudo é mau para Abrantes – A Mitsubishi anunciou recentemente um investimento de 35 milhões de euros (cerca de sete milhões de contos) no Tramagal, que irá gerar mais 60 postos de trabalho directo.Há alguns economistas nacionais a defenderem a tese de que em termos económicos Portugal já bateu no fundo e agora só pode vir a recuperação. O anúncio deste investimento (e de outros no país como na AutoEuropa ou na Ford) será um sinal de que as coisas começam agora a estabilizar?O maior centro de emprego do distrito, o de Santarém – que abrange também Cartaxo, Rio Maior, Alpiarça e Almeirim – registou mais 808 candidatos à procura de emprego, passando em Maio a contar com 4970 desempregados em lista de espera. Este número representa 7,52 por cento da população activa dos cinco concelhos abrangentes. Santarém e Torres Novas – que tem 3440 desempregados inscritos, mais 757 que há um ano atrás – têm características idênticas. São pólos fortemente industrializados que têm em redor concelhos (abrangidos pelos respectivos centros de emprego) ainda com uma grande componente agrícola, como Almeirim e Alpiarça ou Golegã e Chamusca.Tendo como referência a população activa dos sete concelhos que o centro de emprego de Torres Novas abrange (além desta cidade também Barquinha, entroncamento, Alcanena, Golegã e Chamusca), houve aqui um acréscimo de 7,8 por cento no número de desempregados. E o número não é maior porque quer Torres Novas quer Alcanena são concelhos bons empregadores a nível industrial e o Entroncamento está muito desenvolvido em termos de sector terciário.Perfil do desempregadoO perfil dos desempregados do distrito não muda muito nos concelhos abrangidos pelos cinco centros de emprego. O grosso da fatia tem entre 25 e 44 anos de idade, um escalão etário onde precisamente está, ou deveria estar, a grande força de trabalho.O nível de instrução dos desempregados é elucidativo da falta de formação e qualificação existente – Mais de cinco mil candidatos possuem apenas quatro a seis anos de escolaridade, isto é, no máximo têm apenas o sexto ano, antigo segundo ano de liceu.Paradoxalmente logo a seguir estão desempregados que terminaram o 12º ano. Nos cinco centros de empregos estão nestas condições 4690 pessoas.Apesar de muito se ouvir falar das pessoas com cursos superiores que não conseguem arranjar emprego, a verdade é que em todo o distrito apenas 978 licenciados estão inscritos nos centros de emprego. Das duas uma – ou há empregos para quem tem canudo...ou há poucos licenciados no distrito.

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