Nersant com novos membros e velhos desafios
José Eduardo Carvalho recebe medalha de ouro da Associação Industrial Portuguesa
José Eduardo Carvalho voltou a ser empossado como presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - NERSANT. A equipa que vai liderar é praticamente a mesma e por isso o trabalho vai ser de continuidade. O dirigente associativo, que recebeu a medalha de ouro da Associação Industrial Portuguesa, fez questão de realçar que a consolidação da estrutura a que preside foi feita “não pela voz grossa, pela gritaria ou pela reivindicação gratuita, localista ou paroquial” mas pelo trabalho, iniciativa e pelos projectos que dinamizou.
Se a Nersant é hoje uma associação “forte, representativa e credibilizada”, deve-o ao facto de ao longo de 15 anos se ter feito respeitar, “não pela voz grossa, pela gritaria ou pela reivindicação gratuita, localista ou paroquial mas pelo trabalho, iniciativa e pelos projectos que dinamizou", referiu José Eduardo Carvalho, presidente da associação reeleito e empossado na sexta-feira, dia 27, juntamente com outros 86 elementos que compõem os órgãos sociais da Nersant.Falando directamente para o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia, convidado de honra, José Eduardo Carvalho referiu-se ao facto de os empresários da região terem dado nota negativa à economia do país – 64 por cento não tem confiança na economia nacional – e pôs o dedo na ferida relativamente a algumas posições assumidas por este executivo.Afirmando não haver grupo socio-profissional que esteja disposto a sacrificar-se perante a situação do país, o presidente da Nersant salientou que acabam por ser aqueles que irão ter um papel mais determinante na ultrapassagem dessas dificuldades que sofrem o ónus de algumas medidas tomadas pelo governo, nomeadamente o pagamento especial por conta. As fragilidades e debilidades do tecido empresarial da região foram também referenciados pelo presidente da associação, com especial ênfase para a suspensão da aplicação do Programa Operacional de Economia (POE), que, disse, “além de afectar os esforços de modernização e de competitividade das empresas existentes, vai impedir a concretização de planos de investimento e, de forma gravosa, a perda de competitividade na localização e captação do investimento exterior, face a regiões limítrofes”. “As empresas desta região não têm apoio à modernização, não têm apoio à melhoria da competitividade, não têm apoios à internacionalização dos seus negócios, não têm apoios à implementação de factores e materiais de competitividade e nem sequer têm acesso a simples programas como o programa Ideia e o programa Quadros”, disse o responsável, questionando Franquelim Alves – “perante isto, senhor secretário de Estado, quem pode aceitar, quem pode admitir ou quem se pode resignar perante a falta de soluções até hoje encontradas para resolver este problema?”.De projectos concretos José Eduardo Carvalho referiu as três áreas de localização empresarial existentes no distrito, tendo uma delas sido até a primeira do país a apresentar um pedido de informação prévia para o seu licenciamento. É por considerar de extrema importância e relevância o seu papel que o presidente da Nersant é da opinião de que “o Estado ou as suas participadas não deveriam condicionar a livre actividade económica, nem se deveriam substituir à iniciativa privada onde esta revela dinamismo e apetência para intervir”.O responsável demonstrou ainda preocupação com um possível conflito de interesses que possa surgir nesse campo, impedindo assim o licenciamento de áreas de localização empresarial dinamizadas por sociedades que não tenham a participação da Parquinvest.Sem rodeios, José Eduardo Carvalho assumiu publicamente a total discordância da associação com as últimas posições assumidas pelo ministro das obras públicas relativamente ao aeroporto da Ota, referindo “não ser credível que um investimento desta natureza possa sofrer inflexões conforme o ministro que passe pelo ministério”.Referindo-se ao projecto do comboio de alta velocidade e à solução do T deitado, o presidente da Nersant afirmou não perceber “como é que as associações de municípios e a Nersant ainda não pegaram neste assunto de forma empenhada e determinada, como o fizeram noutros casos e noutros projectos”.Admitindo que o momento mundial e nacional não é o melhor nem o mais favorável em termos económicos, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Economia referiu no entanto ser necessário fazer certas coisas, apesar de pouco populares. “As políticas bastante desregradas do ponto de vista da gestão da despesa pública obrigam inevitavelmente a atitudes e posições que não são necessariamente as mais favoráveis nem as mais positivas”.Mas, segundo Franquelim Alves a posição do governo nesta matéria é bem clara – “não temos qualquer receio de enfrentar as críticas nem as reivindicações seja de que sector for da população”, disse, adiantando que é também sua obrigação saber escolher aquilo que pode fazer, tomar opções, apesar de os recursos serem escassos e cada opção ter um custo de oportunidade.O governante sublinhou ainda que as políticas que o governo tem vindo a adoptar têm como objectivo o fortalecimento estrutural da economia, embora não tenham resultados imediatos e precisos. E “porque é com as empresas que o governo tem de contar para gerar riqueza”, o executivo considera essencial criar condições para a dinamização da concorrência, a criação de ambiente favorável ao desenvolvimento empresarial e a aposta na inovação e investigação, precisamente os eixos em que assento o chamado Programa para a Produtividade e Crescimento Económico. CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE E MEDALHA DE OUROA Nersant é a primeira associação nacional a receber a certificação de qualidade de todas as suas actividades, a ISO 9001/2000. Um projecto iniciado em 2001, consolidado o ano passado e que culminou com o reconhecimento da entidade certificadora há cerca de duas semanas. O pedido de certificação surgiu de uma necessidade, não só de responder à pressão dos clientes e da concorrência mas também para responder a necessidades internas, nomeadamente para a melhoria da qualidade dos serviços prestados.E porque o esforço foi de todos José Eduardo Carvalho fez questão de chamar ao palco todos os colaboradores da associação aquando da entrega formal da bandeira da certificação ISO9001.Mas o momento alto da noite foi quando o presidente da Associação Industrial Portuguesa, Rocha de Matos, conseguiu surpreender o presidente da Nersant, anunciando a entrega da medalha de ouro da associação a José Eduardo Carvalho, pela dedicação e empenho na causa do associativismo empresarial. “O trabalho desenvolvido pela Nersant, com o impulso mobilizador do seu presidente, é para todos nós motivo de regozijo e um exemplo a seguir”, salientou Rocha de Matos. A vice-presidente Salomé RafaelA grande novidade nos Corpos Sociais da NERSANT é a subida de Salomé Rafael à vice-presidência. A empresária de Salvaterra de Magos, que dirigia o núcleo do Sorraia, passa a ser uma espécie de braço direito do presidente, José Eduardo Carvalho, e há quem a aponte já como sua natural sucessora.O número de elementos da direcção – 16 - não foi alterado, passando Manuel Lourenço, até agora vice-presidente, para o conselho geral, a pedido do próprio.Na direcção dos cinco núcleos concelhios também não houve grandes mexidas. No Núcleo do Sorraia, a saída de Salomé Rafael para a direcção foi colmatada por Carlos Marques, da empresa Marques & Mesquita, e em Santarém saiu Malha Valente, representante da Unicer, para dar entrada ao “sangue” novo de João Miguel Lucas, da Carmóvel.Nos restantes núcleos a presidência ficou inalterada. José Arruda (Terra Única) está à frente do Núcleo do Cartaxo, em Abrantes mantém-se Domingos Chambel (TRM) e em Ourém continua Mário Abreu, representante da Euromolding.No conselho geral estão representadas 32 empresas, entre as quais a Construtora do Lena, Milupa, Soladrilho, Unicer, Nisa, Inducor, Tagus Gás, Marouço, Compal, J.J. Louro, DAI, Lusofane, Cimianto, António Nunes Carvalho, João Deus & Filhos e José Marques Agostinho.
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