Nas últimas semanas, foram colocados a descoberto vestígios da muralha fernandina, de uma habitação e de uma importante cisterna, possivelmente islâmicas, junto da Igreja da Piedade em Santarém.Estes achados são ímpares para a cidade, com ou sem classificação da UNESCO, com ou sem a designação de Capital de Cultura. A paralização das obras neste local deve ser entendida pelo cidadão comum como algo de vital para o estudo e preservação da história milenar da nossa terra, pelo que a Câmara deveria disponibilizar mais informação junto da comunidade.A preservação destes importantes achados e a sua fruição no local, com janelas transparentes incorporadas no pavimento da via pública e a iluminação adequada, já mereceram o apoio dos cidadãos de Santarém.Após elevadas verbas já terem sido gastas em Santarém, nos trabalhos arqueológicos sobre a orientação do arqueólogo Carlos Batata, nos últimos meses, no Largo Sá de Bandeira/Rua 31 de Janeiro e na Ribeira de Santarém, há necessidade de se tirar a máxima mais valia destes achados, em termos culturais para a nossa terra.Assim, compete aos organismos públicos com responsabilidades sobre a arqueologia no nosso país, sem esquecer a C.M. de Santarém, a criação de condições para a viabilização da fruição dos achados para os cidadãos, para os estudiosos e também para os nossos visitantes, no incremento de um “ Turismo Cultural em Santarém “, quando o EURO 2004 é já amanhã.Luis Cunha Romão - Santarém