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Um livro único no mundo

“Cântico à Minha Terra” em versão actualizada e aumentada

A segunda edição de “Cântico à Minha Terra”, um livro de poesia que Francisco Henriques consagrou a Almeirim, foi publicada por O MIRANTE em versão actualizada e aumentada.

A Quinta da Alorna, em Almeirim, a quem o malogrado poeta dedicou 30 anos da sua vida e alguns poemas, foi o local escolhido para assinalar a reedição da obra, que decorreu na tarde de quinta-feira, 24 de Julho. “É minha convicção de que não haverá no mundo um livro tão nobre, original e com esta qualidade poética. É um livro único no mundo”, afirmou o director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio.O editor aproveitou o momento para desafiar a Câmara Municipal de Almeirim e a Quinta da Alorna a apoiarem O MIRANTE na criação de uma empresa privada para gerir a futura Casa Museu Francisco Henriques.Joaquim Emídio admite que o espólio do poeta de Almeirim não é muito valioso em termos materiais, mas considera que é uma herança que importa preservar. “O espólio de Francisco Henriques são as suas memórias. É a sua caneta”.O presidente da Câmara de Almeirim, Sousa Gomes, enalteceu o interesse de O MIRANTE na obra e mostrou-se entusiasmado com o repto lançado por Joaquim Emídio. “Com três sócios de peso é difícil que o projecto não avance”, afirmou.Francisco Henriques manifestou o desejo de que fosse O MIRANTE a publicar a sua obra e quis que a capa tivesse a ilustração da autoria da sua nora. Lá dentro, ao longo de mais de 300 páginas, estão os poemas que consagrou “à esposa, à família, à terra e os princípios de honestidade e honorabilidade que sempre seguiu”, salientou o autarca.A Quinta da Alorna também quis homenagear um companheiro de trabalho e um homem ilustre. O administrador da Sociedade Agrícola , Francisco Borba, lembrou “o talento poético, a dignidade, a modéstia e o inconfundível finíssimo sentido de humor” do autor.“Mas Francico Henriques não era só um grande poeta de expressão portuguesa. Era um melómano emérito e culto”, realçou, pouco antes de recordar os ensinamentos de música daquele que o convenceu a receber a programação mensal da Rádio Clássica.Deixou ainda uma mensagem aos filhos do poeta: “O vosso pai está na minha casa na estante dos meus amigos ombro a ombro com António Osório, Herberto Hélder, Nuno Bragança, Cristovam de Pavia e David Mourão Ferreira. Homens que como ele me ensinaram ao longo da vida que o Ter é inimigo do Ser”. Para Francisco Borba, o homem que cantou Almeirim e a sua gente merece também que “alguém de pena fácil e com o sentido de história” escreva um dia a sua biografia para que “os vindouros para além da sua obra poética possam usufruir do exemplo da sua vida”.A segunda edição de “Cântico à Minha Terra”, apresentada ao som de temas clássicos interpretados por alunos da Escola de Música de Santarém, inclui “uma actualização dos factos, inevitável numa cidade em pleno crescimento, e a inclusão de novas figuras e factos – históricos ou sentimentais”, como escreveu ainda em prefácio Francisco Henriques, antes de falecer a 24 de Maio de 2002. Tinha 84 anos. “Que o meu livro fique como demonstração íntima e sincera do amor que se deve ter pela terra e a sua gente. Será o canto de cisne do patinho feio que só muito tarde soube que o era, quando já vogava sozinho no lago silencioso de Tuonela”, escreveu o poeta.Ana Santiago

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