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Guerra de “capelinhas” no Médio Tejo

Em causa as eventuais transferências de valências no centro hospitalar

A guerra de capelinhas entre os três hospitais que compõem o Centro Hospitalar do Médio Tejo agitou-se recentemente, depois dos rumores vindos a público de que algumas valências definidas para cada unidade no projecto de complementaridade, elaborado em 1998, poderiam ser agora “transferidas”.

Abrantes comanda as “hostilidades”, após terem surgido indícios de que as consultas externas de oftalmologia vão ser concentradas em Torres Novas. O presidente da autarquia solicitou uma reunião urgente com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, agendada para a próxima segunda-feira, e pediu também a realização de uma assembleia municipal extraordinária, que se realiza esta quinta-feira. A Pastoral do concelho distribuiu um abaixo-assinado pela população e as quatro freguesias urbanas da cidade promoveram na última sexta-feira um debate com as suas congéneres de Constância, Sardoal, Mação, Gavião, Vila de Rei e Ponte de Sôr. Todas estas movimentações têm apenas um único objectivo – segurar valências e defender o “seu” hospital contra a “invasão” de Torres Novas e Tomar.Mas as manifestações de desagrado relativamente a algumas situações pontuais, como o encerramento da urgência pediátrica em Tomar durante alguns fins-de-semana, estão também a agitar, embora mais discretamente, a população abrangida pelas unidades de Tomar e Torres Novas.No meio de toda esta polémica, António Branco, ex-administrador do Centro Hospitalar do Médio Tejo e da Sub-Região de Saúde de Santarém, põe o dedo na ferida: “A estratégia de comunicação da administração do Centro Hospitalar tem pecado pela desinformação”. O médico defende que devia ser dada toda a informação possível às populações. É que o silêncio nem sempre é de ouro...A única alteração entre o projecto de complementaridade elaborado em 1998, do qual nasceu o Centro Hospitalar do Médio Tejo, e a actual situação das três unidades que o compõem (Abrantes, Tomar e Torres Novas) é a concentração das consultas externas de oftalmologia na unidade de Torres Novas. Tudo o resto se mantém inalterado, apesar dos rumores existentes sobre a mudança de valências entre hospitais.António Branco refere que inicialmente estava previsto que as três unidades tivessem todas as valências em termos de consulta externa. “O que está definido nesse documento é que tudo aquilo que fosse possível fazer com maior proximidade sê-lo-ia feito. Se isso foi alterado, como referem alguns responsáveis de Abrantes, quer dizer que as regras foram mudadas a meio do jogo”.Apesar das afirmações provenientes de Abrantes, que diz não saber se têm fundamento, António Branco considera que os responsáveis políticos, religiosos e os próprios médicos desse concelho estão a “empolar” demasiado a situação. “O problema é que ao fim deste tempo todo ainda não foi interiorizado por muitos a questão de que há apenas um hospital com três edifícios. Se calhar edifícios a mais”, refere.

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