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Rumores, boatos e conversas de café

Eleito do PSD lança suspeitas na Assembleia Municipal de Torres Novas sobre gestão PS

O eleito do PSD na Assembleia Municipal de Torres Novas, Arnaldo Santos, propôs na sessão de segunda-feira à noite que aquela entidade crie duas comissões para fiscalizar a actividade da câmara, uma no que respeita às obras municipais e outra na área dos licenciamentos particulares. A proposta foi apresentada com base em rumores, boatos e conversas de café que, segundo o proponente, indiciam que nem tudo vai bem na gestão camarária de Torres Novas. “Sei de conversas entre autarcas que até me arrepiam”, ilustrou.

As palavras do deputado social-democrata, ex-presidente da câmara, exaltou os ânimos da maioria socialista que exigiu que Arnaldo Santos falasse em nomes para não levantar suspeitas sobre todos os autarcas presentes na assembleia. “É vergonhoso aquilo que o senhor disse”, atirou o socialista Fialho Ferro, para acrescentar que não se levantam suspeitas com base no “diz que disse” e em conversas de balcão. Outro elemento do PS, José Gil, exigiu mesmo que Arnaldo Santos apontasse publicamente o dedo aos autores dos rumores – “Diga nomes, locais, horas. Se não o faz, então cale-se, que vale mais”.O presidente da câmara também não quis ficar calado. “O que o senhor disse é muito grave. Quando algum de nós tem conhecimento de coisas menos correctas tem o dever de as denunciar, mas o senhor não está a fazer isso, está a levantar suspeitas sobre todos nós”. A própria presidente da assembleia, Odete Rodrigues, não foi poupada, com Arnaldo Santos a afirmar que ela é também tema de algumas das tais “conversas de cafés” que, disse o deputado, são até, na sua maioria, feitas pelos membros da bancada do PS, o partido no poder.Arnaldo Santos escusou-se a avançar com nomes, afirmando que apenas tinha feito uma proposta concreta à assembleia. “Esta assembleia também tem o dever de fiscalizar a actividade da autarquia. O que estou a propor é a criação de uma, duas ou as comissões que forem necessárias para esse efeito, no estrito cumprimento das competências deste organismo. E a assembleia só tem de se pronunciar sobre a proposta, votando sim ou não. No dia em que eu acusar alguém, assumo, mas não aqui, tudo tem o seu lugar próprio”.A confusão instalou-se na sala, com troca de “galhardetes” de parte a parte. E foi António Canais, da CDU, que acabou por pôr alguma água na fervura, minimizando as palavras de Arnaldo Santos e sugerindo a votação da proposta, que acabou chumbada pela maioria socialista. Ao nosso jornal Arnaldo Santos confirmou saber e “ter provas” sobre “critérios arbitrários” na gestão urbanística da autarquia. “Licenciam-se umas coisas, outras idênticas não se licenciam. A uns aplicam-se coimas a outros, pelos mesmos motivos, não se aplicam coimas”, diz, adiantando ter provas concretas de que existe arbitrariedade na câmara. E está disposto a apresentar essas provas, não na assembleia mas em local próprio, por exemplo aos membros de uma comissão de fiscalização.

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