Inspecção do Trabalho investiga acidente mortal na Tonova
O relatório da Polícia Judiciária de Leiria diz que a morte de Marta Sirgado, ocorrida a 21 deste mês na empresa Tonova, em Torres Novas, se deveu a acidente de trabalho. Mas para o Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT) o caso ainda não está fechado. “Temos de apurar se a empresa cumpriu todos os deveres que a lei exige”, referiu a responsável da delegação de Tomar do IDICT.A máquina de picar carne que triturou a funcionária, de 28 anos, estava na empresa há apenas 15 dias, emprestada pelo fabricante enquanto não vinha a que a Tonova tinha adquirido. A própria inspecção do trabalho não conhecia o equipamento e talvez por isso ainda não tenha concluído as investigações.
Há que saber até que ponto a máquina poderia ser perigosa a ponto de pôr em risco os trabalhadores que com ela lidavam diariamente. Domitília Gomes escusou-se a falar do processo da Tonova, preferindo usar termos genéricos relativamente à segurança dos equipamentos neste tipo de empresas. Não sem antes afirmar que a Tonova “não é por norma uma empresa incumpridora”.Segundo a mesma fonte, para um equipamento ser seguro tem de ter um mecanismo que impeça o contacto físico do trabalhador com a máquina, o que, segundo referiu ao nosso jornal uma funcionária da empresa, não acontecia.“Eles (os responsáveis da empresa) dizem-nos apenas para não mexermos a carne com as mãos e sim com as espátulas de plástico”, refere, adiantando ainda que desde que a máquina foi instalada as funcionárias eram avisadas diariamente sobre a sua perigosidade.A funcionária diz ainda que um responsável lhes explicou um funcionamento do equipamento mas não houve qualquer formação específica, uma tese desmentida pela administração da Tonova. “Foi dada formação pela própria empresa”, garante Fernanda Aparício.Caso o IDICT venha a concluir que não houve formação ou esta foi insuficiente, poderá sancionar a empresa por incumprimento de deveres.
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