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“Sexo” e “emprego”

O que procuram os portugueses na internet
“Sexo” e “emprego” são as palavras mais procuradas na web portuguesa, indicadores de uma sociedade que o motor de busca nacional “tumba!” desenvolvido na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, pode ajudar a traçar.O projecto, bastante semelhante ao Google (o mais reconhecido em Portugal dos seis motores de busca que existem à escala global, todos norte-americanos), nasceu há dois anos pela vontade de constituir uma alternativa virada para as necessidades de informação específicas dos portugueses. Aliás, “tumba!” é um acrónimo de “Temos Um Motor de Busca Alternativo”.“Portugal é uma pequena ilha de 0,5 por cento do total da web que eles recolhem com um interesse secundário”, explicou, à Agência Lusa, Mário Gaspar da Silva, do Grupo XLDB do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).O número de páginas indexadas a este motor de busca mais que triplicou, passando de um milhão e cem mil para três milhões e meio, apenas de Internet em português.“Do ponto de vista nacional não havia alternativa. Todos os motores de busca que existem estão vocacionados para servir os interesses de pesquisa dos EUA”, considerou.Além disso, o trabalho dos quatro estudantes, coordenados por Gaspar Silva, envolvidos no projecto tumba! poupam os utilizadores de terem de escolher as páginas portuguesas que realmente lhes interessam, em detrimento das brasileiras surgidas após uma pesquisa por palavra, já que o universo de páginas do Brasil é muito maior do que o português. “Este é o motor de busca da portugalidade. O que tem que ver com Portugal nós indexamos”, indicou.A ideia recolhe a simpatia dos cibernautas portugueses: o motor de busca, até agora um milhão e mil páginas indexadas, regista já uma média diária de 15 mil pesquisas.No entanto, o projecto tem também um interesse histórico que poderá ser determinante para, no futuro, traçar os contornos da sociedade portuguesa actual.O tumba! faz um arquivo de páginas de Internet portuguesa, que Gaspar Silva considera “de extrema importância”. “Um investigador, daqui a 50 ou 100 anos, irá ter muito interesse em investigar o que hoje se passa na nossa sociedade e gostará de ver essa informação”, considerou.Até agora, este registo histórico dá conta de que as palavras mais procuradas são “sexo” e “emprego”.Assumido o compromisso não explorar comercialmente o projecto, de cariz académico, os custos de manutenção e exploração do tumba! são assegurados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que financia as bolsas de alguns dos estudantes, e pela Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), ao nível do equipamento.“Vamos agora adquirir mais equipamento, já que o número de páginas indexadas está a crescer e o número de utilizadores também”, disse à Lusa Mário Gaspar Silva.Sobre a Internet portuguesa, o coordenador do grupo XLDB considerou que “está muito estático o surgimento de páginas em Portugal”, registando-se muito pouca evolução, depois de um período, entre 2001 e 2002, em que cresceu muito.Antes do tumba! o grupo tinha concebido um sistema de recolha de publicações electrónicas para a Biblioteca Nacional, com o intuito de as preservar e arquivar para o futuro.Lusa

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