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As causas dos incêndios

Botânicos portugueses apontam a “destruição dos serviços florestais” e as monoculturas de pinheiros e eucaliptos como as principais causas dos incêndios que há mais de uma semana devastam Portugal.“Ter hectares de pinhais e eucaliptais é como ter bombas de gasolina a suportar temperaturas de 40 graus”, comentou à agência Lusa o botânico César Garcia, que está a terminar uma tese de doutoramento sobre ecossistemas florestais.Para este especialista, o “fogo posto não é a única causa para estes incêndios”.“Gostaria de ver apontar o dedo não só para o fogo posto, mas também para a qualidade das matas portuguesas”, insistiu, propondo que os pinheiros e eucaliptos comecem a ser gradualmente substituídos por outras espécies que não arderam tão facilmente, como os castanheiros e os carvalhos.Também o botânico Jorge Paiva, investigador da Universidade de Coimbra, concorda que as monoculturas de pinheiro e eucalipto são “uma asneira”.“Em pleno século XX recomeçámos na asneira de plantar árvores altamente combustíveis. Agora estamos a pagar o que foi feito há 30 anos atrás”, disse à Lusa.Mas Jorge Paiva considerou que a principal razão para os incêndios da última semana é “a delapidação dos serviços florestais e a desumanização da floresta”.“Nos últimos 30 anos os governos foram delapidando os serviços florestais em termos de tecnologia e de pessoal. Sem serviços florestais as florestas não estão limpas nem são vigiadas”, acrescentou.Para este especialista, os incêndios de há 30 anos atrás não eram tão devastadores porque havia técnicos a vigiar as florestas portuguesas. A “desumanização da montanha” levou ainda a que “todo o material combustível fosse ficando acumulado”.Lusa

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