Uma das razões que prejudica a formação de grupos ligados a esta área é o facto de não ser criado, no horário dos professores, um tempo dedicado aos clubes. “Bastava pelo menos uma hora para se poderem abrir as salas dos clubes e promover actividades ligadas à astronomia”, reforçou. Considerando que os clubes de astronomia podem ser um desafio para este século, Natália Botelho alerta que tem de ser feito algo para não deixar morrer um movimento que já teve a participação e empenhamento de muitas escolas e alunos. “Tivemos um ministro (no Governo PS), Mariano Gago, que incentivou a ciência, incluindo a astronomia, nas escolas. Mas agora este trabalho está a ir por água abaixo”, realçou. Para esta professora de Física e Química da área de Lisboa, “muitos professores também não estão preparados para lidar com estas questões”. E, nesse sentido, aconselha os docentes a contactar a APAA, que está disponível para dar todo o apoio pedagógico, bem como a ajuda necessária à criação de clubes de astronomia. Natália Botelho explicou ainda que um grupo de ciência ou astronomia pode funcionar com crianças a partir dos cinco anos. E considerou que as escolas e os professores só têm a ganhar com a sua existência. “Eles servem como processo de reciclagem em termos de formação dos professores e ajudam ao amadurecimento profissional e a conhecer melhor os alunos”.A Astrofesta - encontro nacional de amadores de astronomia - acabou por ser cancelada cerca de duas horas após esta conferência, que decorreu às 3 da tarde. O cancelamento das actividades, que deveriam continuar até ao fim da tarde do dia seguinte, domingo, deveu-se ao crescimento de incêndios a poucos quilómetros da zona onde decorria a iniciativa. Uma área de pinhal onde também está instalado o Observatório Astronómico de Constância.