O primeiro número surgiu no verão de 2001, dando forma a um desafio lançado por Otília de Sousa: “A senhora pensou em fazer um jornal contactou a Filipa que por sua vez convidou outros amigos adolescentes para fazerem parte do projecto. Por fim, pediram-me que coordenasse”, conta João Filipe, contabilista de 34 anos.Pouco ligado às coisas da escrita, segundo diz, João Filipe abraçou o projecto e, actualmente, é a alma do jornal. Faz reportagens, tira fotografias, pagina, fotocopia e distribuí a publicação: “Não queria que o jornal morresse. Temos sempre alguma colaboração de pessoas de cá e a revisão é feita por Maria do Céu Antão, a antiga professora da aldeia. Eu que nem gostava muito de escrever, tenho aprendido tanta coisa. Até descobri que o Outeiro Pequeno já existia em 1502”.O jornal começou com 12 páginas, mas as últimas edições já saíram com 28: “Houve grande aceitação por parte da população e até expedimos alguns exemplares para emigrantes do Outeiro”. Com uma tiragem de 100 a 120 exemplares o “Fruto da Notícia” é vendido por 1 euro, preço inferior aos custos de produção: “As fotocópias custam 70 cêntimos, depois há os tinteiros da impressora, as fotografias e outros gastos. Felizmente que não há sobras”, continua João Filipe.Além da edição em papel, o “Fruto da Notícia” pode também ser consultado on-line, no endereço www.frutodanoticia.jex.com.br. “O site é brasileiro, o que não me parece ter grande importância, começámos com a edição on-line há um ano e, mensalmente, é actualizada”, conclui o homem dos sete ofícios do jornal do Outeiro Pequeno. Margarida Trincão