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Capital da cultura vai ter de esperar

Ministro recusa-se a deixar garantias em Santarém sobre candidatura do município

Está garantido que Santarém não vai ser a próxima Capital Nacional da Cultura, que provavelmente será assinalada em 2005. Na manhã de sexta-feira, em Santarém, o ministro da Cultura afirmou que já existe um compromisso vindo do anterior Governo para que a sucessora de Coimbra seja a cidade de Faro. Na melhor das hipóteses, a capital de distrito só terá a honra desse título em 2007.

As declarações de Pedro Roseta, proferidas durante a abertura de um congresso internacional sobre a figura do Infante Santo, parecem ter clarificado de vez a questão e surgiram como resposta à intervenção do presidente da Câmara de Santarém.“Santarém espera ser Capital Nacional da Cultura e seria importante que o Governo dissesse rapidamente aos diferentes municípios que apresentaram essa intenção o que lhes irá acontecer”, declarou Rui Barreiro (PS), que aludiu à indefinição que existe em torno desse projecto.Sem apresentar uma data em concreto para a concretização dessa aspiração, o autarca apontou as obras em curso no centro histórico e a actividade cultural que o concelho já consegue realizar como alguns dos fundamentos para legitimar essa candidatura.Pedro Roseta deixou claro que o Governo não quer banalizar a atribuição do título de Capital Nacional da Cultura. “Não há meios para fazer tudo o que nos der na cabeça. Temos de ser realistas e excluímos desde já a possibilidade de realizar esse evento todos os anos”. Para já, ainda não se sabe os moldes em que o projecto posteriormente vai funcionar - se com carácter bienal ou trienal. “Estamos a estudar esse assunto mas não queremos que essa discussão prejudique a actual Capital Nacional da Cultura”, explicou o governante. Pelo que só lá mais para final do ano é que provavelmente surgirão novidades. De qualquer forma, o ministro entende que a cultura deve ser descentralizada, destacando o papel das autarquias na dinamização cultural do país. E recusa um papel interventivo do Governo nessa área. “A maior parte das iniciativas culturais que sucedem não podem nem devem partir do Estado, não podem nem devem ser organizadas por ele”.Pedro Roseta reconhece que essa “medida política” pode ser contestada por alguns sectores, mas vê no papel do Governo “muito mais como de estímulo, de participação, de apoio quando necessário”.“O que cumpre fazer é estimular a criação ou o desenvolvimento de pólos culturais no país que sejam capazes de mostrar uma cultura viva em todo o país sem estar à espera que o Estado faça ou deixe de fazer”, continuou o governante, acrescentando que “recentrar a cultura em Portugal é fundamental”.

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