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A anfitriã da Casa do Foral

A anfitriã da Casa do Foral

Rosa Galveias recebe os turistas no solar de Rio Maior

Rosa Maria Galveias, 29 anos, é a anfitriã da Casa do Foral, um solar de turismo de habitação, em Rio Maior. Recebe os hóspedes que escolhem a tranquilidade de uma habitação senhorial para repousar, serve os pequenos almoços e ocupa-se das tarefas domésticas. De vez em quando sobe a Serra de Aire e Candeeiros para acompanhar os turistas que querem refugiar-se no sossego do Moinho da Senta ou na Casa do Moleiro.

O dia de Rosa Maria Galveias, 29 anos, anfitriã da Casa do Foral, um solar de turismo de habitação, em Rio Maior, começa por volta das 7h30. A primeira tarefa é a de servir o pequeno almoço aos turistas. Vai às compras e coloca à disposição dos visitantes o pão, café e leite. A primeira refeição do dia é servida entre as 8h00 e as 11h00. Nas horas que se seguem ocupa-se da arrumação dos quartos da casa. Rosa Galveias reside no piso superior da Casa do Foral, uma construção de traça rústica típica da região ribatejana do final do século XIX, que está na família do proprietário, Carlos Madeira, há quatro gerações. O nome da casa surgiu porque no passado os terrenos e habitações circunvizinhos pagavam ali o “foro ou foral”. São sobretudo os alemães que escolhem o espaço para pernoitar alguns dias, mas a Casa do Foral também recebe portugueses. Assim que chegam novos hóspedes à casa, a “governanta” Rosa Galveias encarrega-se de os receber como manda o figurino, cumprindo todas as regras do protocolo.Guia os turistas numa visita pela casa senhorial, leva-os a conhecer a piscina e faz-lhes companhia para que se ambientem no espaço. “Gosto muito de receber as pessoas. Adoro conversar. É uma coisa que me satisfaz. É interessante aprender que há pessoas diferentes e que não se podem tratar todas da mesma maneira”.Mesmo que os hóspedes dominem bem o inglês, a língua acaba sempre por ser uma barreira e por isso a anfitriã prefere receber os portugueses. Mas o trato com os turistas não é difícil e Rosa Galveias orgulha-se de receber de vez em quando um postal de agradecimento de um país estrangeiro.“São normalmente pessoas muito acessíveis e agradáveis. Sabem para o que vêm e não são muito exigentes. Não são complicadas e não dão trabalho”.Rosa Galveias conta um episódio curioso que aconteceu num dia em que os hóspedes tinham os relógios adiantados uma hora. Rosa foi acordada às 7h00 porque o pequeno almoço ainda não estava servido. “Levantei-me de imediato sem saber que horas eram. Pouco depois já andavam os turistas a distribuir manteiga e queijos para me ajudar”.Na Casa do Foral existem dois tipos de hóspedes: os que ficam só uma noite e os que pernoitam no solar durante vários dias. “Quando cá ficam algum tempo cria-se uma afinidade e há quem nos chame para tomar o pequeno almoço à mesma mesa”.Na casa não servem refeições, mas uma das vezes Rosa esmerou-se a cozinhar um bacalhau com natas para uns simpáticos hóspedes estrangeiros que não gostaram muito do novo paladar. “Achei que não estavam a gostar muito, mas acabaram por pedir a receita”, recorda.Trabalha na Casa do Foral há pouco mais de um ano. Foi a primeira experiência na área do turismo, depois de ter frequentado um breve curso de atendimento. A maior dificuldade foi exercitar a língua inglesa para comunicar com os hóspedes.“No outro dia, quando falava com duas inglesas já com uma certa idade ao pé da piscina, passou uma faixa com publicidade a uma discoteca de Rio Maior e perguntei-lhes se não queriam ir. Disseram-me que eram demasiado velhas e que deveria ir eu”, conta com satisfação.Quando está com os turistas tenta sempre aprender algumas palavras na sua língua. “Eles depois também querem aprender em português. O pior é que quase ninguém consegue dizer pequeno almoço”, conta com humor.O trabalho de receber os hóspedes nunca tem horários e concentra-se sobretudo aos fins de semana. “Já cheguei a esperar por hóspedes de madrugada”, descreve. As folgas ficam normalmente para os dias mais parados da semana, altura em que aproveita para visitar a família a Coruche. A actividade é quase sazonal e é mais intensa nos meses quentes, mas a remuneração mantêm-se igual durante todo o ano.A anfitriã da casa, que frequentou a área da contabilidade, também efectua a facturação, envia e-mails e faz as reservas. Algumas já são feitas através da internet.Rosa Galveias ocupa-se também de outros dois espaços de turismo rural do proprietário da Casa do Foral – o Moinho da Senta e a Casa do Moleiro - situados em plena Serra de Aire e Candeeiros. Quando os hóspedes escolhem um local mais tranquilo, longe do bulício da cidade, a anfitriã acompanha-os até à Serra e entrega a pesada chave de ferro que dá liberdade de movimentos aos visitantes. Ana Santiago
A anfitriã da Casa do Foral

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