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Das peças do mestre ao museu do cavalo

Das peças do mestre ao museu do cavalo

Equuspolis, a jóia da coroa da Golegã

Martins Correia continua a ser uma presença viva na Golegã, a terra onde nasceu e viveu parte da sua vida e a quem doou centenas de peças da sua autoria. Muitas das suas obras estão expostas no museu do mestre, que ocupa todo o primeiro andar do complexo Equuspolis. Mas apesar do espólio ser riquíssimo, do edifício se encontrar numa zona privilegiada, os visitantes não abundam.

O Equuspolis foi chamado o elefante branco da Golegã. O investimento, bastante elevado para um município tão pequeno, recebeu críticas de várias facções, que se acentuaram quando as obras do mestre Martins Correia passaram do velho museu, em frente à igreja, para o Equuspolis.Tinha sido o artista a determinar os locais onde as suas obras deviam ficar e foi junto à porta de entrada do velho edifício, que já foi cadeia, que foram enterradas as cinzas do pintor, falecido em Julho de 1999, com 89 anos.As obras foram mudadas com o consentimento da filha do artista plástico, Elsa Martins Correia, e no novo espaço de exposição elas ganham outra grandeza. São cerca de 400 obras, entre pintura, escultura, desenho e moedas dispostas segundo orientação de Veiga Maltez, presidente da Câmara da Golegã, e de Rui Fernandes, pintor e escultor residente na vila.Na parede em frente ao primeiro lanço de escadas, uma fotografia do mestre indica que aquele espaço é seu. Joaquim Martins Correia nasceu na Golegã em Fevereiro de 1910, os pais morreram com a pneumónica e ele foi entregue aos cuidados de uma senhora que o levou para a Casa Pia. Tinha 12 anos quando entrou para a instituição onde concluiu o curso industrial e recebeu uma bolsa de estudo que lhe possibilitou ir estudar para a Escola de Belas Artes de Lisboa.Na altura queria seguir arquitectura e matriculou-se no curso de desenho, mas um dos seus professores, Luciano Freire, levou-o a cursar arquitectura. Ele disse um dia: “O senhor é de facto um escultor. Tem um desenho que é praticável para a resolução escultórica’. Eu comecei a pensar e assim aconteceu”, contava o velho senhor de barbas brancas e boina que se passeava pelas ruas e se sentava nas esplanadas da Golegã sempre pronto a conversar. No Equuspolis está patente muito da vida deste homem. Porém, o edifício que ostenta na fachada principal a silhueta de um cavalo, tem outros motivos de interesse, como se a obra de mestre Martins Correia não valesse só por si uma viagem de muitos quilómetros. No rés-do-chão há espaço para exposições temporárias, um museu do cavalo, onde se traça a evolução deste mamífero cujos antepassados eram pouco maiores do que uma lebre. No mesmo local, os visitantes podem assistir a um vídeo em três dimensões sobre o concelho goleganense, a sua história, as suas gentes e as suas tradições.De volta ao primeiro andar, numa pequena divisão funciona a biblioteca do cavalo e o espaço internet. E no piso superior, que tem várias salas, estão instalados os serviços de assistência social da câmara. Lá fora, o relvado conduz até a um braço da alverca e há espaços para desportos radicais e um pequeno anfiteatro para a realização de concertos.Em época de S. Martinho, o Equuspolis vai receber uma exposição de porcelanas com desenhos de Serrão de Faria, artista natural da Azinhaga, que será inaugurada no próximo sábado. Longe do reboliço e da festa da feira, talvez seja altura de visitar o Equuspolis. Há guias para acompanhar os visitantes.
Das peças do mestre ao museu do cavalo

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